Apesar de serem proibidos no Brasil desde 2009, dados do Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec) 2022 apontam que cerca de 2,2 milhões de brasileiros adultos usaram esses dispositivos regularmente. Para o médico sanitarista, fundador e primeiro diretor da Anvisa, Gonzalo Vecina Neto, a proibição não tem efeitos na regulação das vendas e no acesso de crianças e adolescentes aos vapes. Ele afirma que a proibição só aumentará o número de fumantes e que a Anvisa precisa realizar uma regulamentação eficiente.
Além disso, outros especialistas também defenderam a importância de se ter rigidez na proibição das vendas para crianças e adolescentes. O oncologista Drauzio Varella e a pneumologista Margareth Dalcomo alertaram sobre os riscos do produto à saúde.
O médico Marcelo Morales, pneumologista e nefrologista, ressaltou que uma epidemia de cigarros eletrônicos acontece no Brasil e que não se sabe o que está contido no produto, nem que tipo de substâncias são inaladas. Ele defende a necessidade de uma melhor regulamentação para evitar que qualquer um tenha acesso aos dispositivos.
Durante o encontro, também foi discutido o uso dos cigarros eletrônicos como política de redução de danos para adultos fumantes em outros países. Mais de 80 países têm o uso do dispositivo regulamentado, sendo que a maioria deles impede a publicidade do produto e exige embalagens à prova de crianças.
A reunião da Anvisa desta semana irá abordar o cenário brasileiro com contribuições da sociedade sobre o tema, incluindo a experiência internacional de regulamentação. Vale ressaltar que a reunião terá transmissão online pelo Portal da Anvisa. O debate sobre a regulamentação dos cigarros eletrônicos é de extrema importância, já que o uso desse dispositivo tem crescido no Brasil e no mundo, e é necessário garantir a saúde e segurança dos consumidores.
