Justiça condena governo paulista a pagar R$ 80 mil de indenização a homem preso injustamente por crime de extorsão.

O Estado de São Paulo foi condenado pela Justiça estadual a pagar uma indenização de R$ 80 mil a Júlio Assis (nome fictício para preservar sua identidade), um homem que ficou injustamente detido por 172 dias. Ele foi preso sob a acusação de extorsão, no entanto, foi posteriormente comprovado que o verdadeiro culpado era um antigo colega que utilizou o nome e a foto de Júlio para cometer o crime.

Júlio foi preso em seu local de trabalho em Guarulhos (SP) em fevereiro de 2022. Na época da prisão, ele sequer sabia qual era a acusação e seu rosto foi exposto em um programa de televisão onde o apresentador o chamou de psicopata. Durante a investigação, policiais derrubaram o portão de sua casa e levaram sua esposa à delegacia sem que ela tivesse a oportunidade de trocar de roupa.

A Justiça destacou que Júlio foi absolvido diante da ausência total de provas e que sua prisão foi indevida, evidenciando uma violação à sua dignidade. Durante o período em que esteve detido, Júlio perdeu 30 quilos e sua família enfrentou dificuldades financeiras. O governo paulista, no entanto, ainda pode recorrer da decisão.

Em sua defesa apresentada à Justiça, o Estado afirmou que não houve engano na prisão, alegando que, no momento da denúncia, havia elementos suficientes para aferir a participação de Júlio no crime. No entanto, durante o processo criminal, o verdadeiro culpado confessou ter agido sozinho, comprovando a inocência de Júlio.

A justiça reconheceu que Júlio foi vítima de uma prisão indevida e deve ser indenizado pelo Estado de São Paulo. A decisão reforça a importância de garantir que o sistema de justiça opere de maneira justa e respeitosa aos direitos individuais, evitando prisões e condenações equivocadas. A condenação do governo paulista é um passo importante para reparar o dano causado a Júlio, que teve sua vida drasticamente afetada por um erro do sistema judicial.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo