A adesão da Bolívia ao Mercosul requer a aprovação de todos os parlamentos dos membros atuais: Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Atualmente, a Bolívia é um país associado ao grupo, juntamente com Chile, Colômbia, Equador, Peru, Guiana e Suriname.
Durante a discussão da matéria na comissão, houve posicionamentos divergentes entre os senadores. O senador Sérgio Moro mostrou-se inicialmente contrário à inclusão da Bolívia no bloco econômico do cone sul. Ele acredita que a adesão deveria ser postergada até que a democracia plena fosse restabelecida no país, com a libertação de presos políticos.
Por outro lado, o senador Astronauta Marcos Pontes argumentou que recusar a entrada da Bolívia não ajudaria na libertação dos presos, enquanto a inclusão poderia favorecer o diálogo sobre direitos humanos. A senadora Tereza Cristina também mudou de posição e passou a apoiar a adesão, visando negociar a libertação dos presos com a Bolívia.
O senador Esperidião Amin lembrou da importância da fronteira que o Brasil compartilha com a Bolívia, enquanto o senador Jaques Wagner ressaltou que o Brasil é o único membro do Mercosul que ainda não assinou a adesão do país vizinho.
O relator Chico Rodrigues defendeu a adesão da Bolívia ao Mercosul, argumentando que a integração da América Latina é fundamental para o momento atual. A decisão final dos senadores foi aprovada com a sugestão de criar uma comissão externa para ir à Bolívia averiguar a situação dos presos.
Além da entrada da Bolívia no Mercosul, a mesma reunião do colegiado também aprovou duas propostas sobre a adesão do Brasil à Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN). Uma delas aprova o acordo que eleva o Brasil a membro associado da CERN, celebrado em 2022 em Genebra, na Suíça. O senador Astronauta Marcos Pontes emitiu relatórios favoráveis para ambos os projetos.