Os números revelam uma disparidade alarmante. Em 2016, as mortes maternas de negras somavam 119,4 por 100 mil nascidos vivos, enquanto as de mulheres brancas eram 52,9. Durante a pandemia, em 2020 e 2021, as proporções aumentaram ainda mais: 194,8 em mulheres negras e 121 para brancas em 2021. No ano anterior, 127,6 negras e 64,8 brancas.
O indicador apura mortes registradas em até 42 dias após o fim da gestação, provocadas por causas ligadas à gestação, ao parto e ao puerpério. Esses números refletem uma realidade preocupante e colocam em destaque a necessidade de ações efetivas para a redução desses índices.
Entre as causas apontadas para a mortalidade materna maior entre a população feminina negra e parda estão o pré-natal tardio, doenças, gestação precoce, local de internação e peregrinação para conseguir fazer o parto. Uma série de medidas e políticas públicas está sendo adotada pelo Ministério da Saúde para reverter essa situação. Isso inclui a construção de 30 maternidades e 30 centros de parto normal, previstos no Novo PAC.
Além disso, estão previstas a contratação de 30 mil profissionais pelo Mais Médicos, que poderão oferecer pré-natal e acompanhamento das gestantes em regiões de maior vulnerabilidade social, e o repasse de R$ 870 milhões, neste ano, a estados e municípios para custeio de equipes multiprofissionais. É através de ações como essas que o governo federal planeja combater e minimizar a disparidade alarmante da mortalidade materna entre mulheres negras e brancas.