Quando se mudou para Campinas em busca de uma vida melhor, Luzia teve o desafio de criar suas três filhas sozinha. Ela atuou em diversas ocupações, mas sua verdadeira paixão era a culinária. Cozinhava como poucos, vendia congelados, e fazia salgados de comer rezando. Uma mulher aguerrida, ela fazia questão de mostrar que era uma pessoa forte, e não deixava que homens tentassem se impor sobre ela.
Fiel torcedora do Palmeiras, Luzia colecionava diversos itens relacionados ao time e nunca perdeu um dia de serviço, mesmo estando cansada ou doente. Passava horas em bingos preenchendo as cartelinhas e tinha uma sorte impressionante, sempre ganhando um dos prêmios.
Durante a pandemia da Covid-19, Luzia descobriu que estava com câncer de mama e iniciou um longo tratamento, com idas e vindas a diversas clínicas e hospitais. Mesmo com a manifestação de diversas metástases, Luzia nunca se deixou abalar. Ela morreu aos 70 anos, deixando as filhas, netos, bisnetos e irmãs.
Para Cintia Pereira, uma das filhas de Luzia, a mãe se tornou sua ancestral. Ela tinha visões diferentes do mundo, mas essas diferenças as tornavam iguais. Segundo Cintia, sua mãe era uma mulher forte, aguerrida, lutadora, e nunca mediu esforços para realizar o que era certo, ensinando o conceito de sororidade na prática.
A morte de Luzia deixa um vazio na família, mas seu exemplo de força, resiliência e determinação certamente permanecerá como um legado. A história de Luzia Maria Pereira, a imponente Luziona, é um exemplo da força e da coragem que muitas mulheres têm, mas que nem sempre são reconhecidas. A luta de Luzia e seu legado serão lembrados e celebrados por aqueles que tiveram a oportunidade de conhecer essa mulher guerreira.