Inmet emite terceiro boletim sobre impactos do El Niño no Brasil em 2023, com previsão de chuvas acima da média.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastre (Cenad), divulgou nesta quarta-feira (22) o terceiro boletim sobre monitoramento, previsões e os possíveis impactos do El Niño no Brasil em 2023.

De acordo com o relatório, os efeitos do fenômeno climático que aquece as águas do oceano Pacífico serão mantidos semelhantes aos atuais pelo menos até 14 de dezembro, data limite da atual previsão. Isso indica que haverá condições mais úmidas do que o normal, com chuvas acima da média em partes do norte de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, centro-sul de Mato Grosso do Sul, São Paulo, sul de Minas Gerais e em parte do norte do Pará e do Amapá. Por outro lado, nas demais regiões, a previsão indica o predomínio de condições mais secas do que o normal, com destaque para a região amazônica.

Esse cenário poderá contribuir para elevação dos níveis de água no solo, gerando inclusive excedente hídrico nas regiões mais chuvosas. Nas outras áreas, no entanto, os níveis de água no solo continuarão baixos, podendo impactar negativamente os níveis de armazenamento de água no solo, agravando o déficit hídrico.

Além disso, o boletim destacou que durante outubro as chuvas foram superiores a 300 mm entre os setores norte do Rio Grande do Sul e praticamente todo o estado de Santa Catarina. Por outro lado, na região Norte foram observados déficits, influenciados principalmente pelo aquecimento anormal do Atlântico Tropical Norte. Já nos primeiros 20 dias de novembro, os maiores valores acumulados de chuva estiveram presentes entre o norte do Rio Grande do Sul, centro-oeste de Santa Catarina e sul do Paraná.

Em relação à região Norte, o boletim identificou um leve aumento das precipitações, mas ainda há áreas sofrendo com a seca histórica. Por exemplo, o rio Madeira, em Porto Velho (RO), apresentou leve aumento de chuvas em novembro, mas o nível ainda está 56% abaixo da média para o mês, mantendo a declaração da ANA de situação crítica de escassez hídrica até 30 de novembro.

Diante deste cenário, as usinas hidrelétricas e os reservatórios em todo o país estão enfrentando situações críticas, com vazões naturais e níveis de armazenamento muito abaixo da média para o mês, gerando preocupações em relação ao abastecimento de água e à geração de energia.

Portanto, o monitoramento e as previsões realizadas pelo Inmet, Inpe, ANA e Cenad são fundamentais para alertar as autoridades e a população sobre os impactos do El Niño e buscar formas de mitigar possíveis consequências negativas para o país. Espera-se que as informações contidas neste boletim possam auxiliar na tomada de decisões e no planejamento de ações preventivas e de adaptação em relação às condições climáticas previstas para os próximos meses.

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