Análise do tombamento da Serra do Curral em Minas Gerais será retomada após audiência pública do TJMG.

Após audiência pública realizada pela TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) nesta terça-feira (21), a análise do tombamento da Serra do Curral, cartão-postal de Belo Horizonte, será retomada. A área é alvo de mineradoras que desejam explorar minério de ferro na região, causando preocupação entre ambientalistas e autoridades locais. A discussão do tombamento foi suspensa pelo presidente do TJMG, José Arthur de Carvalho Pereira Filho, cinco dias antes da reunião do Conep (Conselho Estadual do Patrimônio Cultural), do Iepha (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais), que discutiria o assunto.

A empresa Tamisa (Taquaril Mineração S/A) foi autorizada pelo Copam (Conselho Estadual de Política Ambiental) a explorar a área em 30 de abril do ano passado, visando a retirada de 31 milhões de toneladas de minério de ferro em 13 anos. Contudo, ambientalistas afirmam que a licença foi concedida de forma irregular, uma vez que estudos para o tombamento da região estão em andamento desde 2017 e a legislação prevê que, iniciado o processo, a área já é considerada tombada.

A audiência realizada nesta terça contou com a participação de representantes da empresa, ambientalistas, das prefeituras de Sabará (MG) e Nova Lima (MG), onde também ficam partes da Serra do Curral, e o Ministério Público. Entretanto, houve queixas sobre o formato da reunião, já que foi concedido apenas cinco minutos para fala de cada participante e não havia possibilidade de réplica ou tréplica.

O representante do Projeto Ambiental Manuelzão, Marcus Vinícius Polignano, alertou que a mineração na Serra do Curral poderia afetar o fornecimento de água em Belo Horizonte, devido ao grande número de nascentes na região. Por outro lado, o representante da Tamisa, Guilherme Machado, alegou que o tombamento não protege a Serra do Curral, afirmando que as pessoas e os proprietários da região são os responsáveis por proteger o local.

Além disso, Solange Cirilo Rodrigues, da entidade Pomar BH, realizou um protesto contra a mineração no estado durante a audiência, simbolizando o rompimento das barragens de Mariana e Brumadinho. A preocupação com a proteção do patrimônio histórico e a preservação ambiental da região são temas centrais que continuam a ser discutidos e analisados pelas autoridades responsáveis.

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