A campanha teve uma primeira etapa em junho, quando o Centro de Inclusão Educacional (Cinc) do Departamento de Modalidades Educacionais e Atendimento Especializado (Demod) da Coordenadoria Pedagógica (Coped) promoveu orientações técnicas para os profissionais responsáveis pela educação para as relações étnico-raciais nas 91 Diretorias Regionais de Ensino do Estado.
Segundo Pâmela Francelino, diretora técnica do Centro de Inclusão Educacional, a campanha sobre autodeclaração busca não apenas qualificar os dados sobre raça e cor dos estudantes, mas também promover discussões sobre reconhecimento étnico-racial e criar um ambiente mais inclusivo nas escolas.
Desde junho, as escolas estaduais têm tido autonomia para promover ações de letramento racial e promoção da autodeclaração de raça/cor, envolvendo até mesmo os grêmios estudantis de algumas escolas. De acordo com a diretora técnica Adriana dos Santos do Departamento de Modalidades Educacionais e Atendimento Especializado, a autodeclaração envolve não apenas números e dados, mas também pertencimento e identificação.
Estudantes interessados em fazer a sua autodeclaração precisam procurar a secretaria da sua escola para formalizar o pedido. A Escola Estadual Pedra Branca é uma das unidades que abraçaram o projeto com toda a comunidade escolar. Desde junho, 1.072 estudantes já fizeram sua autodeclaração, 79,2% de toda a escola.
O estudante André Marquez, de 15 anos, membro do grêmio estudantil da Escola Estadual Pedra Branca, é um dos adolescentes envolvidos na divulgação da campanha de autodeclaração na escola. “A direção e a coordenação da escola envolveram o grêmio estudantil na campanha e nas orientações e isso foi bem importante”, afirmou o adolescente.
A campanha, segundo André, é um passo importante para a diminuição do racismo dentro da escola e para que todos se sintam bem. “Não vamos acabar com o racismo, porque ele está em toda a sociedade, mas espero que essa ação seja um dos passos para que a gente vá diminuindo isso dentro da escola”, disse o estudante.
A iniciativa da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo representa um avanço na promoção da diversidade étnico-racial e na busca por um ambiente escolar mais inclusivo e acolhedor para todos os estudantes, promovendo uma reflexão sobre identidade e reconhecimento. É importante que iniciativas como essa sejam apoiadas e expandidas para que todas as escolas estaduais possam se tornar espaços de inclusão e pertencimento para todos os alunos.