Repórter São Paulo – SP – Brasil

Radioagência Nacional lança podcast “Imprensa Negra no Brasil” para abordar luta antirracista e representatividade negra na mídia.

No dia 20 de novembro, em comemoração ao Dia Nacional da Consciência Negra, a Radioagência Nacional lançou o podcast “Imprensa Negra no Brasil”. O conteúdo, composto por cinco episódios, será disponibilizado toda segunda e sexta-feira.

O repórter Rafael Cardoso foi o responsável pela produção e reportagem, enquanto a jornalista Akemi Nitahara liderou a adaptação, roteiro e montagem. A equipe conjunta da Radioagência Nacional e da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) contribuiu com a arte, redes e técnicos para a realização do projeto.

Os episódios abordam iniciativas que deram voz à população negra, proporcionando uma perspectiva segmentada para levar e receber informações. O primeiro programa apresenta uma reflexão sobre os 190 anos de luta antirracista no Brasil. O marco para este lançamento é o periódico “O Mulato”, rebatizado posteriormente como “O Homem de Cor”, que denunciava a discriminação racial contra pessoas negras livres, sem abordar diretamente a questão da escravidão.

Desde as primeiras publicações, a imprensa negra tem denunciado as abordagens policiais racistas e a criminalização sistemática dos negros. O cenário não evoluiu ao longo dos anos, com os negros representando 68% da população carcerária no Brasil, de acordo com o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

O podcast também resgata um discurso histórico de Abdias Nascimento, proferido em 1983, onde ele destacava a necessidade de representatividade negra nos mais diversos setores da sociedade, inclusive nos órgãos de governo. A data de 20 de novembro, em memória da luta de Zumbi dos Palmares, demorou mais de 20 anos para ser oficializada como o Dia da Consciência Negra no Brasil.

Nos episódios seguintes, o podcast abordará a história de Abdias Nascimento e do jornal “Quilombo”, a evolução da “Revista Tição” ao longo do tempo, e a importância da TV Quilombo na preservação da memória das lutas. Além disso, serão exploradas as experiências de jornalistas negros que desafiam as abordagens racistas da mídia tradicional.

O primeiro episódio já está disponível nas plataformas de áudio e no Youtube, com interpretação em Libras, buscando ampliar o alcance e a acessibilidade do conteúdo para o público interessado.

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