Mundo está no caminho de ficar quase 3°C mais quente neste século, alerta Pnuma em novo relatório anual.

Segundo uma análise do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), divulgada nesta segunda-feira (20), o mundo está no caminho de ficar quase 3°C mais quente neste século. O relatório aponta que o mundo terá entre 2,5°C e 2,9°C de aquecimento em relação aos índices pré-industriais se os governos não acelerarem o corte de emissões.

Cientistas preveem que vários pontos catastróficos irreversíveis podem ser ultrapassados caso o planeta de fato fique 3°C mais quente, incluindo o derretimento de calotas polares e a seca da floresta amazônica, o que tornaria vastas regiões do planeta praticamente inabitáveis para os seres humanos.

A diretora executiva do Pnuma, Inger Andersen, instou as nações do G20, responsáveis por cerca de 80% das emissões, a liderarem as reduções globais de emissões e acelerarem a sua transição energética. “É absolutamente crítico que o G20 intensifique os seus esforços”, disse Andersen à agência de notícias AFP.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, também ressaltou a importância de esforços recordes, ações recordes e reduções recordes de emissões. Ele enfatizou que é necessário arrancar as raízes venenosas da crise climática: os combustíveis fósseis.

O relatório aponta que as emissões previstas para esta década precisam cair substancialmente para que o Acordo de Paris seja cumprido. Até 2030, as emissões globais deverão ser 28% inferiores ao que as políticas atuais sugerem para permanecer abaixo dos 2ºC, e 42% inferiores para alcançar o limite mais ambicioso de 1,5ºC.

Mesmo no cenário mais otimista, a possibilidade de cumprir a meta de 1,5ºC é agora de apenas 14%, de acordo com o documento. O relatório foi lançado dez dias antes do início da COP28, a cúpula do clima da ONU, que ocorre entre 30 de novembro e 12 de dezembro em Dubai, nos Emirados Árabes.

A diretora executiva do Pnuma se considera otimista com a COP28, apesar das divisões causadas pela invasão russa da Ucrânia e pela guerra entre Israel e o Hamas. Segundo ela, os países e as delegações compreendem que, independentemente das divisões profundas que existem, o meio ambiente não espera e o clima certamente não o fará.

A análise alerta para o aumento recorde das emissões de gases causadores do efeito estufa e ressalta a urgência de ações mais robustas para evitar os piores efeitos das mudanças climáticas.

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