Damião Feliciano, deputado escolhido para liderar a bancada negra, ressaltou a importância de participar das reuniões do colégio de líderes, destacando que isso abrirá espaço para tratar de questões que afetam diretamente a população negra. Entre as questões prioritárias, estão o racismo, as políticas reparatórias e a igualdade racial. Além disso, a deputada Carol Dartora destacou o aumento do número de representantes negros na Casa, que cresceu 9% nas últimas eleições. Atualmente, 122 deputados se autodeclararam pretos ou pardos.
O deputado Vicentinho ressaltou que, apesar do aumento da bancada negra, apenas 31 deputados autodeclarados pretos fazem parte dos 513 que compõem a Câmara. No entanto, destacou também as leis recentes que asseguram os direitos da população negra, como a criação do Dia Nacional das Comunidades de Matriz Africana e Nações do Candomblé, e a lei que obriga as empresas a informar anualmente a quantidade de negros e negras no ambiente de trabalho, visando desenvolver políticas para garantir igualdade de oportunidades.
Para a deputada Talíria Petrone, a instituição formal da bancada negra representa o reconhecimento do racismo no Brasil e rompe com a “mentira da igualdade racial”. Ela também acredita que a bancada é uma sinalização de que a Câmara está pronta para enfrentar as desigualdades raciais do país. Já a deputada Dandara enfatizou que o dia 20 de novembro é a prova de que o povo negro dedica a própria vida para construir a liberdade, lembrando que nesta data se relembra o dia em que o líder negro Zumbi dos Palmares foi morto, mas nasceu para a história.
A reportagem, assinada por Maria Neves, com edição de Ana Chalub, destaca a importância da sessão solene e os avanços conquistados pela bancada negra da Câmara dos Deputados. Este evento representa um marco na luta por igualdade racial e pelo reconhecimento dos direitos da população negra no Brasil.