Repórter São Paulo – SP – Brasil

Empresas correm para criar robôs com aparência humana e funções práticas, apesar dos obstáculos e desafios técnicos a serem superados.

A ideia de criar um robô que seja útil e tenha a aparência de um ser humano tem impulsionado a indústria de engenharia por décadas, essa ambição inspirada pela ficção científica popular representa um sonho buscado implacavelmente na atualidade. Apesar da crescente moda em torno da inteligência artificial ter desencadeado um verdadeiro boom de investimentos na busca por um humanoide, a maioria dos protótipos atuais são desengonçados e pouco práticos. Na realidade, eles são muito melhores em demonstrações encenadas do que em situações do dia a dia.

A startup Agility Robotics, por exemplo, busca criar robôs que possam operar em espaços humanos de forma semelhante aos seres humanos, mas sem a necessidade de se parecer com eles. Seu robô, chamado Digit, centra-se na capacidade de realizar tarefas, como pegar e mover caixas, ao invés da tentativa de se parecer com um humano. A Amazon está testando o uso do robô Digit em seus depósitos e a Agility já construiu uma fábrica para produzi-los em massa.

Outras empresas, porém, adotam uma abordagem diferente. A empresa Figure AI, por exemplo, acredita que apenas os verdadeiros humanoides podem se locomover com eficiência por locais de trabalho e casas. Sua proposta é produzir um robô comercial com várias funções, que possa assumir tarefas nas quais há escassez de mão de obra humana. A Tesla, por sua vez, está tentando desenvolver um humanoide chamado Optimus, mas ainda não tem um protótipo pronto para o mercado.

Já a Boston Dynamics, que é mais conhecida por seus robôs com aparência de cães, chamados Spot, experimentou com a construção de humanoides, mas acabou por desenvolver um robô não humanoide mais eficiente para manusear caixas. Enquanto isso, a Startup Sanctuary AI do Canadá está mais focada em aprimorar a destreza dos dedos robóticos antes de fazer os robôs andarem.

O CEO da Agility Robotics, Damion Shelton, acredita que robôs centrados em humanos serão cada vez mais comuns e parte integrante da vida humana nos próximos 10 a 20 anos. Em sua visão, os robôs serão acolhidos e não temidos, enquanto se preparam para adentrar empresas e residências, abrindo um vasto leque de possibilidades de aplicações nas tarefas diárias das pessoas.

Portanto, apesar das dificuldades e desafios enfrentados na criação de humanoides, diversas empresas ao redor do mundo estão empenhadas em superar as barreiras tecnológicas para desenvolver robôs centrados nos seres humanos, utilizáveis ​​e eficientes em ambientes ocupados por humanos, sem a necessidade de se assemelhar a eles. Aos poucos, essa tendência tem se fortalecido e a perspectiva é que os robôs humanoides façam parte do dia a dia das pessoas no futuro.

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