Na cidade de Tamandaré, em Pernambuco, encontra-se a Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais, a maior unidade de conservação marinha costeira do Brasil, fundada em 1997. Com mais de 4000 km2 ao longo de 120 km de praias e mangues, a APA tem sido alvo de preocupações e esforços de preservação por parte de biólogos, oceanógrafos, e ambientalistas. Além do aquecimento global, outros riscos como poluição, pesca predatória, turismo desordenado, especulação imobiliária, e espécies invasoras ameaçam a sobrevivência dos corais no litoral brasileiro.
No entanto, iniciativas como o projeto Biofábrica de Corais, baseado em Porto de Galinhas, tem buscado reverter esse quadro de degradação. Através de técnicas de reprodução controlada em laboratórios e a implantação de corais nos berços reprodutivos no fundo do mar, o projeto tem contribuído para a recuperação e preservação dos recifes de corais. Com mais de 5300 mudas em cultivo em Porto de Galinhas e em Tamandaré, o objetivo é chegar a 6000 até o final de 2023 e a 15000 até 2024.
A empresa Bloom, parceira da Fundação Grupo Boticário no estudo sobre os corais, ressalta a importância de projetos a médio e longo prazos de produção de conhecimento científico e monitoramento para a preservação desses ecossistemas. Já a Fundação Grupo Boticário destaca a necessidade de uma política nacional específica para os recifes de corais, ressaltando que ainda falta compreensão da importância desses ecossistemas por parte dos tomadores de decisão do país.
Com um estudo recente, que aponta que os recifes de corais geram até R$ 167 bilhões ao Brasil, a preservação desses ecossistemas se mostra não apenas como uma questão ambiental, mas também econômica. A reportagem mergulhou nas águas da APA Costa dos Corais e observou de perto o trabalho realizado pela Biofábrica de Corais, bem como a importância desses ecossistemas para a saúde e a economia do país.
