Justiça nega pedido de produtora para incluir músicas dos Secos & Molhados em série documental sobre a banda.

A batalha judicial entre a produtora Santa Rita Filmes e o músico João Ricardo, criador da banda Secos & Molhados, chegou ao fim com a decisão da Justiça paulista de negar o pedido da produtora para incluir cinco músicas do grupo em uma série documental.

A produtora havia entrado com o processo na Justiça após João Ricardo não autorizar o uso das músicas “Sangue Latino”, “O Vira”, “Mulher Barriguda”, “Fala” e “El Rey” no documentário “Primavera nos Dentes”. Essas músicas são parte dos discos “Secos & Molhados” e “Secos & Molhados 2”, lançados em 1973 e 1974, respectivamente.

Segundo a produtora, ela obteve concordância de todos os demais coautores das canções, mas João Ricardo sequer respondeu às solicitações. A alegação da produtora foi de que as músicas são essenciais para contar a história do grupo, sua importância na cena musical brasileira, seu impacto cultural e político, assim como qualquer aspecto biográfico a ela vinculado.

Por sua vez, João Ricardo se defendeu no processo afirmando que o livro no qual a série se baseia o trata como “vilão”, causador da destruição dos Secos & Molhados e que não tem interesse em autorizar a utilização de suas obras para que sua imagem seja mais uma vez maculada.

Na sentença em que rejeitou o pedido da produtora, o juiz Danilo Mansano Barioni afirmou que a legislação é clara ao estabelecer que “ao autor pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras”. Ele declarou que a vontade do autor não pode ser suplantada.

A produtora ainda pode recorrer desta decisão, porém, por enquanto, as músicas dos Secos & Molhados não farão parte da série documental sobre o grupo.

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