Repórter São Paulo – SP – Brasil

Curso de formação a distância QI – Quilombo Inteligente prioriza ancestralidade e tecnologia para comunidades quilombolas e periferias.

O projeto Quilombo Inteligente (QI) é uma iniciativa inovadora que busca promover a cultura digital, a educação e a ancestralidade, com o objetivo de desenvolver ferramentas tecnológicas para o empoderamento de comunidades quilombolas no Brasil. Desenvolvido por uma parceria entre universidades brasileiras, do Quebec (Canadá) e de Cuba, o Museu das Favelas e empresas, o QI oferece um curso de formação a distância que reunirá 100 jovens quilombolas e de periferias brasileiras.

O foco do projeto é promover a capacitação dos participantes por meio de projetos de aplicativos, inteligências artificiais, realidades imersivas, games e podcasts, visando a geração de emprego, renda e valor na esfera digital contemporânea. O curso, certificado pela USP (Universidade de São Paulo), reserva 80% das vagas para pessoas autodeclaradas negras, e as inscrições foram abertas durante o 11º Festival Games For Change América Latina, na Escola de Comunicação e Artes da USP.

As aulas do QI terão início em março de 2024, após o encerramento das inscrições em fevereiro. O projeto, idealizado por Gilson Schwartz, professor da USP, busca promover um diálogo colaborativo e afirmativo, partindo da perspectiva do design afro diaspórico e do desenvolvimento tecnológico sustentável. O curso tem como objetivo proporcionar um momento de escuta, no qual os participantes poderão expor suas demandas e interesses a serem desenvolvidos ao longo do curso, com um enfoque em mídia e cultura digitais.

Fabíola Morais, pesquisadora integrante do QI, destaca a importância de introduzir conteúdos quilombolas na educação formal e levar mais tecnologia para dentro dessas comunidades. Ela ressalta o conhecimento ancestral presente nas comunidades quilombolas e a necessidade de fortalecer essas comunidades por meio da troca de conhecimentos e experiências.

O projeto conta com o apoio significativo da Agência Universitária da Francofonia (AUF), uma organização internacional que busca fomentar a produção científica e o desenvolvimento de projetos em língua francesa. O intuito do QI é ter um impacto positivo em grupos sociais vulneráveis e priorizar participantes que possam multiplicar os aprendizados. Schwartz enfatiza a importância de que os participantes sejam agentes multiplicadores das práticas e conhecimentos adquiridos, visando promover mudanças em suas comunidades.

O QI é uma iniciativa inovadora que busca empoderar jovens quilombolas e de periferias por meio da capacitação em tecnologia e educação, com o intuito de promover uma maior inclusão digital e possibilitar o desenvolvimento de projetos que beneficiem essas comunidades. O curso representa um passo significativo na valorização e promoção da ancestralidade e cultura digital, contribuindo para uma sociedade mais inclusiva e equitativa.

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