Justiça condena mulher ligada a líder do Comando Vermelho por associação ao tráfico e lavagem de dinheiro em julgamento no Amazonas

A condenação de Luciane Barbosa Farias a dez anos de prisão pela Justiça do Amazonas foi baseada em provas que apontam uma discrepante evolução patrimonial, envolvendo automóveis, imóveis e até mesmo a abertura de um salão de beleza.

Luciane é casada com Clemilson dos Santos Farias, conhecido como Tio Patinhas e apontado como líder do Comando Vermelho no Amazonas. O casal foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Amazonas por associação para o tráfico, organização criminosa e lavagem de dinheiro. No entanto, Luciane foi absolvida do crime de financiamento ou custeio do tráfico de drogas.

A investigação da Polícia Civil e a denúncia do Ministério Público apontaram que o casal usou o dinheiro do tráfico de drogas para adquirir bens como carros, imóveis e até mesmo abrir um salão de beleza. O Tribunal de Justiça do Amazonas afirmou que eles agiam com o propósito de acobertar os lucros provenientes do crime.

A discrepante evolução patrimonial de Luciane chamou a atenção dos investigadores. A declaração de Imposto de Renda dela demonstrou um aumento significativo nos bens entre os anos de 2015 e 2016, mesmo com uma renda declarada que não suportaria a compra dos veículos, imóveis e a abertura do salão de beleza.

Além disso, a falta de confirmação sobre o uso de um suposto financiamento bancário para a abertura do salão de beleza fez a Justiça apontar que a narrativa dela sobre a origem dos valores é imprecisa. A defesa de Luciane não apresentou provas de que o empréstimo teria sido feito.

A condenação também levou em consideração o fato de Luciane possuir um automóvel Honda Civic, um caminhão Mercedes Benz 1620 e um salão de beleza em seu nome, sem que a renda declarada dela suportasse tais aquisições.

Em resposta à condenação, Luciane afirmou que levou ao Ministério da Justiça a pauta do sistema prisional e que não esteve na pasta comandada por Flávio Dino para tratar sobre o marido. Ela negou ser integrante da facção e argumentou que seu esposo está pagando pelo crime dele, mas que eles são criminalizados por ser familiares de um preso.

Por fim, a condenação de Luciane Barbosa Farias levanta questões sobre a origem dos bens e a possível ligação do casal com o mundo do crime, levando a uma sentença de dez anos de prisão, com direito de recorrer em liberdade.

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