Governador de Minas Gerais critica governo federal por “má vontade” em negociação sobre repactuação do acordo de Mariana.

O embate entre o governo de Minas Gerais e o governo federal continua aceso em relação à repactuação do acordo feito após o rompimento da barragem em Mariana, em 2015. Durante um encontro com empresários em Belo Horizonte, o governador Romeu Zema expressou sua irritação com o governo federal, acusando-o de “má vontade” em relação ao estado e afirmando que tudo é mais difícil ou impossível para Minas. Essas declarações evidenciaram a disputa entre os dois governos em relação à utilização dos recursos da repactuação.

Enquanto Zema pleiteia o uso dos recursos em obras em todo o estado, o governo federal defende que o dinheiro seja aplicado exclusivamente na área atingida pela tragédia, ou seja, nos municípios da bacia do Rio Doce, posição endossada pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). As negociações envolvem também os governos capixaba e a Fundação Renova, criada pelas mineradoras Vale e BHP Billiton.

Até o momento, não há um valor definido a ser repassado após a repactuação. O governo federal propõe a aplicação dos recursos em áreas como saneamento básico e saúde, enquanto o governador Zema pretende focar em reforço na segurança e saúde em todo o estado. Zema argumenta que, devido à suspensão das atividades da Samarco e a consequente perda de arrecadação de tributos, todo o território de Minas foi afetado e, portanto, deve se beneficiar dos recursos.

Apesar das divergências, tanto o governo federal quanto o estadual concordam que o modelo de reparação com a Fundação Renova coordenando as ações falhou. Ambos criticaram a demora no processo de reparação e a falta de medidas efetivas para atender os afetados pelo desastre. Novas reuniões entre os governos ocorrerão nos próximos dias para tentar chegar a um consenso e definir o valor a ser pago pelas mineradoras.

Essa disputa coloca em evidência as diferentes visões sobre como os recursos da repactuação do acordo de Mariana devem ser utilizados, refletindo interesses políticos e sociais em jogo. Fica visível a necessidade de conciliação de interesses para que a reparação do desastre de Mariana possa ser efetiva e abranja todas as áreas afetadas. A busca por uma solução equilibrada e eficaz para a utilização dos recursos continua a ser um desafio para os governantes e demais envolvidos nesse processo.

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