Filho de líder quilombola assassinada discorda de conclusões da polícia e aponta tráfico como executor do crime.

Líder quilombola assassinada: Filho discorda de conclusões da Polícia Civil

O assassinato da líder quilombola Bernadete Pacífico, conhecida como Mãe Bernardete, na Bahia, tem gerado polêmica sobre as motivações por trás do crime. O filho da vítima, Jurandir Wellington Pacífico, afirmou que discorda das conclusões do inquérito da Polícia Civil da Bahia, que associou as causas do assassinato ao tráfico de drogas. Ele acredita que os traficantes tenham sido apenas os executores do crime, que teria sido encomendado por terceiros.

A Polícia Civil concluiu que o assassinato de Mãe Bernadete teria sido motivado pelo enfrentamento a interesses de uma facção do tráfico de drogas e teria sido insuflado por um morador da comunidade quilombola Pitanga dos Palmares envolvido com extração ilegal de madeira. No entanto, Jurandir Pacífico contesta essa versão, alegando que os conflitos de sua mãe com os traficantes eram pontuais e não justificariam o crime.

O Ministério Público da Bahia denunciou cinco pessoas supostamente envolvidas no crime, acusadas de homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, uso de arma de fogo e sem chance de defesa da vítima. Suspeitos de integrarem a facção criminosa Bonde do Maluco, Marílio dos Santos e Ydney Carlos dos Santos de Jesus são apontados como mandantes do assassinato. Outros dois suspeitos, Arielson da Conceição Santos e Josevan Dionísio dos Santos, seriam ligados à mesma facção, suspeitos de executar o crime.

Sérgio Ferreira de Jesus, morador do quilombo, teria incentivado o grupo e atuado para facilitar a ação dos criminosos após uma discussão com Mãe Bernadete. As investigações apontam que Sérgio Ferreira explorava ilegalmente madeira dentro da comunidade. O crime aconteceu na casa que funcionava como sede da associação do quilombo, em Simões Filho (BA), onde Bernadete foi morta com 25 tiros.

A família da vítima questiona a possível participação de mais pessoas da facção criminosa como mandantes do crime. Além disso, o advogado da família afirma que a defesa deve mover uma ação indenizatória contra o estado da Bahia e a União devido às “falhas grotescas” do programa de proteção a defensores de direitos humanos ao qual a líder quilombola estava submetida.

O assassinato de Mãe Bernadete Pacífico continua sendo alvo de investigações e polêmicas sobre as motivações por trás do crime, que causou comoção e revolta na comunidade quilombola. O caso permanece em aberto, com suspeitos presos, foragidos e novas informações surgindo a cada dia. A busca por justiça e esclarecimentos continua, enquanto a família exige respostas e medidas para prevenir futuros eventos semelhantes.

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