Tio Patinhas, líder do Comando Vermelho no Amazonas, tem esposa recebida pelo Ministério da Justiça em Brasília.

O líder da facção criminosa Comando Vermelho no Amazonas, Clemilson dos Santos Farias, também conhecido como Tio Patinhas, está preso desde dezembro do ano passado. Ele foi condenado a 31 anos e sete meses de prisão por associação para o tráfico, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

A última semana foi marcada pela presença de sua esposa, Luciane Barbosa Farias, em um evento no Ministério dos Direitos Humanos, realizado em Brasília. Ela também se reuniu com membros do Ministério da Justiça anteriormente, o que gerou polêmica devido à ligação de seu marido com a facção criminosa.

Não é a primeira vez que Tio Patinhas enfrenta problemas com a justiça. Em 2018, um mandado de prisão foi expedido contra ele, e policiais o encontraram em Jaboatão dos Guararapes (PE), vivendo em um apartamento avaliado em R$500 mil. Segundo autoridades da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas, Tio Patinhas é apontado como líder da facção e tem ligação com diversos homicídios em Manaus.

O líder criminoso também é conhecido por ter aberto uma empresa de transporte de caminhões baús e investido em uma loja de confecções para sua esposa no Nordeste. Sua trajetória para escapar das autoridades incluiu passagens pelo Pará, Maranhão e Pernambuco antes de sua prisão em 2018.

A prisão de Tio Patinhas foi celebrada pelas autoridades do Amazonas, que acreditavam que ela ajudaria a elucidar casos de homicídios decorrentes das disputas entre facções pelo domínio de território. No entanto, em janeiro de 2022, uma juíza determinou sua soltura e a restituição de bens apreendidos pela polícia, mas um desembargador ordenou sua prisão novamente.

Segundo o desembargador José Hamilton Saraiva dos Santos, Tio Patinhas não é apenas um soldado do tráfico, mas sim um dos líderes de uma facção criminosa com grande poder econômico e influência no comércio de entorpecentes na região Norte.

A presença de sua esposa em eventos do governo gerou controvérsia, com o ministro Flávio Dino negando ter se encontrado com Luciane. A situação levanta questionamentos sobre a relação do governo com membros de facções criminosas e a segurança pública como um todo. A ligação da esposa de Tio Patinhas com autoridades do governo é um lembrete das complexidades envolvidas na luta contra o crime organizado. O caso evidencia a importância do monitoramento constante das conexões entre criminosos e as esferas de poder.

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