A fumaça resultante dos incêndios já encobre a região, causando um forte cheiro de queimado e um gosto de fuligem. Essa situação é fruto do tempo seco e dos inúmeros focos de queimadas que estão se alastrando pelo Pantanal, o que é atípico para o mês de novembro, já que geralmente as chuvas já teriam ocorrido e alagado a planície.
De acordo com o Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a cidade de Miranda teve 111 focos de incêndio entre terça-feira e quarta-feira, o que corresponde a 34% dos focos de incêndio em todo o estado de Mato Grosso do Sul. Além disso, outras cidades do estado, como Corumbá, também estão enfrentando um grande número de focos de incêndio.
A situação das queimadas no Pantanal é tão alarmante que o governo de Mato Grosso do Sul decretou situação de emergência em Miranda, assim como em outras quatro cidades do estado. A medida tem duração de 90 dias e permite que não sejam realizadas licitações para atender casos com potencial de prejuízo.
Além disso, o Pantanal também vem sofrendo com incêndios em Mato Grosso, onde mais de 500 focos foram registrados nos últimos dias. O coordenador do Prevfogo, órgão ligado ao Ibama em Mato Grosso do Sul, destacou a gravidade da situação, afirmando que não é mais possível falar em temporada de incêndios terminando em outubro na região.
A situação é tão crítica que até mesmo motoristas estão sendo afetados pelos incêndios, como um caminhoneiro cuja carga de carvão pegou fogo após seu veículo ser lambido pelas chamas. O Corpo de Bombeiros precisou interromper o trânsito na via e uma aeronave foi utilizada para tentar conter os focos de incêndio, mas parte da carga de carvão acabou virando cinzas.
Essa grave situação, que tem impactos enormes tanto para a natureza quanto para a população local, tem motivado o governo a tomar medidas emergenciais. Ações imediatas são necessárias para controlar os incêndios e buscar a preservação da fauna e flora do Pantanal.
