Interesse por Umbanda bate recorde em 2023, com picos nas buscas em maio e outubro, aponta Google Trends; Dia Nacional oficializado em 2012.

O interesse pelo estudo e conhecimento sobre a religião da umbanda cresceu e atingiu recordes em 2023, de acordo com dados do Google Trends. A busca pela religião teve picos de popularidade nos meses de maio e outubro. Este aumento de interesse vem acompanhado do Dia Nacional da Umbanda, celebrado em 15 de novembro, o mesmo dia em que a religião surgiu no Brasil em 1908.

Entretanto, apesar do aumento no interesse e conhecimento sobre a umbanda, a intolerância religiosa contra as religiões de matriz africana, como a umbanda e o candomblé, ainda é uma realidade presente. Relatos de discriminação e ataques continuam a acontecer, como o caso da dirigente da Casa de Caridade Pai João de Oyó, que sofreu ataques violentos em setembro de 2021.

O aumento do interesse pela umbanda, segundo o sacerdote Denisson d’Angiles, se deve ao fato da religião absorver e compreender a pluralidade do mundo. Para ele, a umbanda reflete a miscigenação brasileira, com suas influências orientais, africanas, europeias e indígenas. Já o autor João Luiz Carneiro destaca a natureza sincrética da umbanda, com múltiplos pontos de contato com diversas tradições religiosas.

Durante a pandemia, a umbanda também encontrou um novo espaço de expressão e comunicação através das mídias sociais e plataformas de streaming. Muitos líderes espirituais passaram a utilizar esses meios para transmitir seus rituais e preceitos religiosos, com o objetivo de se aproximar de um novo público.

Ainda assim, o preconceito e a intolerância persistem, como relata Denisson, que enfrenta estereótipos e discriminação no dia a dia. Além disso, Fabiana Cavalcanti, dirigente de um terreiro de umbanda, relata casos de ataques violentos e perseguições a casas de religião de matriz africana.

Apesar da crescente visibilidade e interesse pela umbanda, a intolerância religiosa continua sendo um desafio para os praticantes e líderes espirituais dessas tradições. A luta contra estereótipos, preconceitos e discriminação é fundamental para promover a compreensão e o respeito pela diversidade religiosa no Brasil.

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