Entretanto, apesar do aumento no interesse e conhecimento sobre a umbanda, a intolerância religiosa contra as religiões de matriz africana, como a umbanda e o candomblé, ainda é uma realidade presente. Relatos de discriminação e ataques continuam a acontecer, como o caso da dirigente da Casa de Caridade Pai João de Oyó, que sofreu ataques violentos em setembro de 2021.
O aumento do interesse pela umbanda, segundo o sacerdote Denisson d’Angiles, se deve ao fato da religião absorver e compreender a pluralidade do mundo. Para ele, a umbanda reflete a miscigenação brasileira, com suas influências orientais, africanas, europeias e indígenas. Já o autor João Luiz Carneiro destaca a natureza sincrética da umbanda, com múltiplos pontos de contato com diversas tradições religiosas.
Durante a pandemia, a umbanda também encontrou um novo espaço de expressão e comunicação através das mídias sociais e plataformas de streaming. Muitos líderes espirituais passaram a utilizar esses meios para transmitir seus rituais e preceitos religiosos, com o objetivo de se aproximar de um novo público.
Ainda assim, o preconceito e a intolerância persistem, como relata Denisson, que enfrenta estereótipos e discriminação no dia a dia. Além disso, Fabiana Cavalcanti, dirigente de um terreiro de umbanda, relata casos de ataques violentos e perseguições a casas de religião de matriz africana.
Apesar da crescente visibilidade e interesse pela umbanda, a intolerância religiosa continua sendo um desafio para os praticantes e líderes espirituais dessas tradições. A luta contra estereótipos, preconceitos e discriminação é fundamental para promover a compreensão e o respeito pela diversidade religiosa no Brasil.