Na tarde desta quarta-feira (15), parte do grupo de brasileiros e seus familiares repatriados de Gaza chegaram ao abrigo providenciado pelo governo federal no interior de São Paulo. A localização exata do local não foi revelada por questões de segurança.
O abrigo, especializado em receber refugiados, oferece unidades individuais, com quartos e banheiros, refeitório para alimentação e espaço para convivência. As 22 pessoas, pertencentes a sete famílias, foram recebidas no abrigo após terem deixado a base aérea de Brasília, onde foram recepcionados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última segunda-feira, e desembarcado no Aeroporto de Guarulhos na manhã desta quarta.
Uma das brasileiras repatriadas, Shahed Al-Banna, de 18 anos, expressou sua satisfação com a recepção no abrigo, porém, demonstrou preocupação com o restante de sua família que ainda se encontra na Faixa de Gaza. Ela ressaltou que ainda existem brasileiros na região e, por isso, a felicidade ainda não é completa.
O grupo poderá permanecer no abrigo por tempo indeterminado, já que solicitaram a ajuda por não terem onde se instalar no Brasil. O local, situado na zona rural, conta com espaço administrativo, salas de aula, áreas de lazer e alojamentos. Atualmente, o abrigo abriga 119 afegãos, ainda com vagas para mais 160 pessoas. Além disso, o espaço já abrigou também venezuelanos e haitianos.
A proposta do projeto, chamado “Programa de Interiorização para Refugiados”, desenvolvido pela agência missionária da Convenção Batista Brasileira, em parceria com o Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR) e com a Força Aérea Brasileira (FAB), objetiva oferecer acolhimento institucional na forma de abrigo. Os repatriados receberão aulas de língua portuguesa, noções de cidadania, orientações sobre a cultura brasileira e demais oportunidades para a inserção no mercado de trabalho brasileiro.
Fernando Brandão, diretor-executivo da agência missionária da Convenção Batista Brasileira, ressaltou que as famílias de repatriados da Faixa de Gaza terão um momento de paz no abrigo. A equipe está preparada para oferecer apoio psicológico e social, bem como assistência do Ministério de Desenvolvimento Social.
O secretário Nacional de Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Augusto de Arruda Botelho, coordenador da operação de acolhimento, explicou que os repatriados fizeram a emissão de documentos, como a segunda via da carteira de identidade, da certidão de nascimento e o Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), para que possam pleitear benefícios sociais oferecidos pelo governo federal.
