Protestos na região da Santa Ifigênia, em São Paulo, denunciam situação da cracolândia e cobram ação do poder público

A região da Santa Ifigênia, no centro de São Paulo, tem sido palco de uma série de protestos liderados por moradores e comerciantes, insatisfeitos com a situação da cracolândia. Os protestos envolvem a formação de cordões humanos com o intuito de impedir a migração ou permanência de usuários de drogas nas vias do bairro.

Um dos locais onde as manifestações ainda estão ativas é a rua Mauá. Os moradores de uma ocupação impediram o retorno de dependentes químicos que haviam passado a noite na rua dos Protestantes. Os moradores reclamam da presença constante de usuários de drogas, que tem afetado a rotina e tirado o direito de ir e vir das crianças que brincam e se divertem na via aos finais de semana.

A coordenadora do Movimento de Moradia e Luta por Justiça, Ivaneti Araújo, afirma que a maior preocupação é o governo esquecer os moradores em situação de rua e de drogadição, e enfraquecer a luta dos moradores. Segundo ela, a situação atingiu seu pior momento, com os usuários permanecendo dia e noite no local, e nenhum representante da prefeitura os procurou desde a chegada do fluxo.

Os protestos se estenderam para a rua dos Protestantes, onde moradores tentaram chamar a atenção para a permanência dos usuários no local. Além disso, um grupo de vizinhos trancou o trecho da Protestantes como forma de impedir o trânsito de usuários de drogas, realizando uma vigília que se desfez na madrugada de segunda-feira.

A gestão do prefeito Ricardo Nunes afirmou que o fluxo é dinâmico e se move por conta própria, sem recomendações de quais ruas os usuários devem ficar. Já a gestão de Tarcísio de Freitas disse estar implantando políticas públicas para a assistência e tratamento dos dependentes químicos.

Os moradores e comerciantes da região da Santa Ifigênia continuam mobilizados, com novos atos programados entre as ruas dos Protestantes e Mauá durante a semana. A situação preocupa não apenas os moradores, mas também as autoridades, que afirmam que a concentração de dependentes químicos na rua dos Protestantes tem aumentado nos últimos meses, incluindo a migração de usuários de outras cidades e estados para a região. O problema parece longe de uma resolução definitiva, e a pressão dos moradores e comerciantes deve continuar até que medidas efetivas sejam tomadas para lidar com a cracolândia.

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