Compromissos climáticos atuais dos países resultarão em redução de apenas 2% das emissões de gases de efeito estufa até 2030.

O atual cenário dos compromissos climáticos dos países para redução das emissões de gases de efeito estufa até 2030 é preocupante e está aquém do necessário para conter as mudanças climáticas. De acordo com um relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira (14), as metas atuais resultarão em uma redução de apenas 2% das emissões em comparação com 2019.

Os compromissos de redução de emissões, chamados de Contribuição Determinada a Nível Nacional (NDC, na sigla em inglês), foram assumidos pelos 195 signatários do Acordo de Paris em 2015. No entanto, as projeções para 2030 indicam um aumento de 9% das emissões globais em comparação com os índices registrados em 2010.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou que o progresso lento nas ambições climáticas não é suficiente e defendeu que os prazos para zerar as emissões líquidas devem ser acelerados, com países desenvolvidos alcançando esse objetivo até 2040 e países emergentes até 2050.

O relatório também ressaltou a importância de aumentar significativamente a capacidade de energia renovável, eliminar o uso de carvão até 2030 nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e até 2040 no restante do mundo, bem como eliminar todos os combustíveis fósseis em conformidade com a meta de emissões líquidas globais zero até 2050.

Simon Stiell, diretor do organismo da ONU para a mudança climática, destacou que os compromissos atuais representam apenas pequenos passos para evitar a crise climática e defendeu a necessidade de uma abordagem mais assertiva durante a 28ª conferência sobre a mudança climática da ONU, que acontece de 30 de novembro a 12 de dezembro em Dubai.

A cúpula dos Emirados Árabes deve estabelecer a primeira avaliação oficial e as primeiras correções das NDCs, buscando acelerar as ações necessárias para conter as mudanças climáticas. O Acordo de Paris estabelece como meta manter o aquecimento global “bem abaixo dos 2°C acima dos níveis pré-industriais e buscar esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C”, sendo fundamental a redução das emissões globais em 43% até 2030 para alcançar esse objetivo. A urgência climática é evidente e requer medidas concretas e imediatas por parte da comunidade global.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo