Repórter São Paulo – SP – Brasil

Brasileiros sofrem com onda de calor intensa em meio a sucessivos recordes de temperatura ao redor do mundo sob alerta dos cientistas.

Brasil enfrenta nova onda de calor após sucessivos recordes de temperatura em todo o mundo

Depois de registrar meses de recordes de temperatura, o Brasil enfrenta uma nova onda de calor. A situação foi especialmente crítica no Rio de Janeiro nesta terça-feira (14), quando a sensação térmica chegou a 58,5°C na zona oeste da cidade. Segundo cientistas ligados ao IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) da ONU, períodos mais longos de tempo mais quente e seco, além de temperaturas mais altas, são previstos para o futuro do país em um planeta que está esquentando devido às emissões de gases de efeito estufa vindas das atividades humanas.

Paulo Artaxo, físico da USP e membro do IPCC, ressalta a vulnerabilidade do Brasil às mudanças climáticas e afirma que o Brasil pode ter um aumento de temperatura de até 4°C, conforme as previsões do painel de cientistas da ONU. Ele alerta que eventos climáticos extremos, como o calor intenso registrado, devem se tornar cada vez mais frequentes e intensos.

Artaxo aponta que a elevação de temperatura é especialmente preocupante para países tropicais, que já têm temperaturas mais elevadas do que o restante do globo, o que impactará a saúde da população e o funcionamento dos ecossistemas. Segundo ele, é necessário que o país esteja preparado para enfrentar as ondas de calor que ameaçam se tornar cada vez mais intensas.

De acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), essa é a oitava vez que uma onda de calor atinge o país apenas neste ano. Um estudo apontou que as mudanças climáticas aumentaram em até cem vezes a chance de um calor extremo como esse ocorrer.

Outro impacto das ondas de calor é a ameaça à saúde das pessoas, podendo levar a problemas cardiovasculares, respiratórios e renais. A situação também é uma amostra dos possíveis desafios climáticos que o país enfrentará nas próximas décadas.

Diante desse cenário, muitos se perguntam se o atual clima é o “novo normal”. No entanto, os cientistas alertam que a situação é totalmente anômala e que a realidade da mudança climática está se mostrando mais forte do que os modelos previam.

Com isso, a ação climática é essencial para cortar emissões, estabilizar o clima e garantir que ele permaneça habitável para as gerações futuras e para os ecossistemas ao redor do mundo que dependem disso.

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