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Apagões e críticas marcam o depoimento da Enel na Alesp, durante CPI da Comissão Parlamentar de Inquérito

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Enel, realizada na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), foi marcada por uma série de críticas aos serviços prestados pela concessionária. O diretor-presidente da Enel, Max Xavier Lins, esteve presente na oitiva que durou mais de seis horas e teve início com dois apagões que prejudicaram o andamento dos trabalhos.

O presidente da CPI, deputado estadual Thiago Auricchio (PL), relatou que uma televisão e um adaptador foram queimados devido aos problemas de fornecimento de energia, prejudicando a apresentação de slides planejada por Lins. Além disso, em outro momento da oitiva, houve uma nova queda de energia no plenário enquanto o deputado estadual Luiz Fernando Teixeira (PT) realizava suas perguntas.

Max Xavier Lins iniciou seu depoimento pedindo desculpas aos 2,1 milhões de clientes atingidos pelo apagão ocorrido entre os dias 3 e 9 de novembro, e ressaltou os investimentos da Enel e o sistema de automação da empresa.

O prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), não poupou críticas à Enel, descrevendo o trabalho da empresa como “lixo”, e ressaltou a falta de atendimento para os municípios, a demora para atender solicitações e a falta de resolução de problemas. O prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSDB), e os prefeitos de Ribeirão Pires, Guto Volpi (PL), e Rio Grande da Serra, Penha Fumagalli (PSD), também destacaram problemas com os serviços da Enel.

Durante a oitiva, houve ainda discussões acaloradas nos corredores da Alesp entre o prefeito Morando e o diretor de relações institucionais da Enel, Marcos Augusto Mesquita Coelho, e críticas à postura dos diretores da concessionária.

Os deputados questionaram Max sobre o aterramento dos fios e as indenizações decorrentes do apagão. O diretor da Enel ressaltou que para colocar toda a fiação embaixo da terra seriam necessários investimentos de R$ 320 bilhões, e que as regras da Aneel apontam que as indenizações devem ser realizadas para aqueles que tiveram prejuízos materiais, mas não há definição para quem perdeu alimentos durante os dias de apagão.

A oitiva da CPI da Enel na Alesp evidenciou a tensão entre a concessionária e autoridades estaduais e municipais, assim como as dificuldades enfrentadas pelos consumidores paulistas devido aos problemas no fornecimento de energia. A investigação segue em andamento, enquanto a Enel busca justificar suas ações e planos de investimentos para garantir um melhor serviço à população.

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