Em uma escola municipal em Guarulhos, uma mãe recebeu uma ligação pedindo para que fosse buscar seu filho de 6 anos, que estava passando mal devido ao calor. Segundo ela, as salas são muito mal ventiladas e o calor é ainda mais intenso por se tratar de uma escola de lata. O mesmo relato foi feito por outra mãe, cujo filho de 10 anos também passou mal devido ao calor.
Além do calor, a falta de estrutura das escolas também é um problema grave. O isolamento térmico e a ventilação semelhantes às de prédios de alvenaria, como defendem os governos estadual e municipal, não parecem ser suficientes para amenizar os efeitos do calor nas salas de aula. Mesmo com ventiladores disponíveis, muitos alunos reclamam de que o calor é insuportável.
O problema não é recente. As escolas de lata foram construídas há mais de duas décadas para ampliar a oferta de vagas no ensino público de São Paulo. Apesar das promessas de governantes anteriores, a rede estadual paulista ainda conta com 65 unidades nesse padrão, sem previsão de substituição por estruturas mais adequadas.
Em nota, o governo Tarcísio de Freitas informou que as escolas passaram por melhorias termoacústicas em seus pisos e paredes, igualando as estruturas aos prédios de alvenaria. Além disso, foram firmados contratos com o BNDES para a construção de 33 escolas, considerando os contextos climáticos específicos de cada região.
Entretanto, a substituição das escolas de lata não foi mencionada. A secretaria não informou quantos alunos ainda estudam nessas escolas no estado.
Diante desse cenário, o Núcleo Especializado da Infância e da Juventude da Defensoria Pública do estado enviou um pedido de esclarecimentos ao governo Tarcísio sobre a estrutura das escolas diante dos eventos climáticos vividos no estado, questionando a manutenção das escolas de lata e a previsão de reformas nessas unidades.
A situação das escolas de lata representa um desafio para garantir um ambiente adequado e seguro para os estudantes, especialmente diante das condições climáticas extremas enfrentadas nos últimos dias. A solução desse problema é essencial para assegurar que as crianças tenham acesso a uma educação de qualidade, sem que sua saúde e bem-estar sejam comprometidos.