Acesso desigual a tratamento genético no Brasil: especialistas apontam falta de qualificação e concentração de centros de tratamento como desafios.

Nesta última sexta-feira, especialistas se reuniram na Comissão de Direitos das Pessoas com Doenças Raras (CASRARAS) para discutir a Política Nacional de Atenção Integral em Genética Clínica. Durante o encontro, diversas questões foram levantadas, incluindo a dificuldade de diagnóstico devido à falta de qualificação dos profissionais e a concentração dos centros de tratamento no Sudeste e Sul do Brasil, deixando desassistidos pacientes em outras regiões do país.

Representando o Ministério da Saúde, Natan Monsores anunciou que a partir do início de 2024, a rede de ambulatórios para doenças genéticas começará a ser ampliada em todo o território nacional, buscando assim atender de forma mais abrangente e eficaz os pacientes com doenças raras. A iniciativa visa diminuir as disparidades regionais e garantir o acesso igualitário ao atendimento especializado em genética clínica em todas as regiões do Brasil.

A CASRARAS, presidida pela senadora Mara Gabrilli (PSD-SP), tem sido um fórum fundamental para discussão e proposição de políticas públicas relacionadas às doenças raras, e a reunião realizada esta semana não foi diferente. A partir dos debates e das contribuições dos especialistas presentes, ficou evidente a urgente necessidade de investimento na qualificação dos profissionais de saúde em todo o país, a fim de garantir diagnósticos precisos e tratamentos adequados para os pacientes com doenças genéticas.

Além disso, a expansão dos centros de tratamento em regiões menos assistidas, como o Norte e Nordeste, também foi destacada como uma medida crucial para melhorar o atendimento a esses pacientes. A concentração de serviços especializados nas regiões mais desenvolvidas do país tem dificultado o acesso de muitos pacientes ao tratamento adequado, o que contribui para a perpetuação do sofrimento e da desigualdade no acesso à saúde.

Diante desse cenário, a perspectiva de ampliação da rede de ambulatórios para doenças genéticas em todo o país representa um avanço significativo na busca por equidade no atendimento às pessoas com doenças raras. A medida anunciada pelo Ministério da Saúde sinaliza um compromisso do governo em enfrentar os desafios enfrentados por esses pacientes, garantindo-lhes o direito fundamental à saúde e ao bem-estar. Espera-se que, com a implementação efetiva dessa iniciativa, a realidade dos pacientes com doenças genéticas no Brasil possa ser transformada, proporcionando-lhes uma vida com mais qualidade e dignidade.

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