Juros futuros fecham em alta moderada em meio à expectativa com CPI nos EUA e possível alteração da meta fiscal.

Na última sessão, os juros futuros encerraram em alta moderada, refletindo a expectativa em relação à agenda econômica dos próximos dias. Os investidores estão particularmente atentos ao índice de inflação ao consumidor (CPI) nos Estados Unidos, que será divulgado amanhã, e às possíveis alterações na meta fiscal para 2024 no projeto de Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Durante a sessão, as taxas avançaram, mas o volume de contratos negociados foi baixo, indicando um clima de espera e cautela por parte dos investidores. O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 encerrou a 10,750%, enquanto o DI para janeiro de 2026 terminou com taxa de 10,53%, e o DI para janeiro de 2027 encerrou a 10,65%. Já o DI para janeiro de 2029 subiu para 11,02%.

No período da manhã, as taxas locais acompanharam a trajetória dos Treasuries, registrando altas mais significativas. No entanto, no período da tarde, o avanço dos yields perdeu força, o que contribuiu para uma desaceleração no ritmo do avanço das taxas. Mesmo assim, não houve uma redução consistente nos prêmios de risco ao longo da curva doméstica.

A economista-chefe do TC, Marianna Costa, ressaltou que a agenda da semana aponta mais para o lado negativo, com destaque para o CPI nos Estados Unidos e as questões fiscais no Brasil, juntamente com o feriado entre esses eventos. A expectativa em relação aos dados de inflação nos EUA também é um ponto de atenção, já que uma surpresa para cima pode impactar as apostas de nova alta de juros pelo Federal Reserve.

Além disso, a perspectiva negativa para a nota AAA dos Estados Unidos, conforme revisão da Moody’s, também tem gerado expectativas quanto às questões fiscais no país. A Câmara dos Representantes dos EUA tem até sexta-feira para alcançar um novo acordo que eleve o teto da dívida americana, evitando uma paralisação da máquina a partir de sábado.

No Brasil, o governo tem até sexta-feira para alterar a meta de 2024 na LDO, apresentando uma emenda ao texto aprovado na Comissão Mista de Orçamento. A expectativa é que o parecer final seja votado em 22 de novembro na CMO. A apresentação de emendas propondo alterações na meta zero para déficit de 0,75% ou 1% do PIB também gera expectativas no mercado, que tende a ser mal recebida pelo mercado, cuja tolerância seria para um déficit de até 0,5%.

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