BC reforça necessidade de extensão dos cortes de juros para trazer inflação de volta à meta

O diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Diogo Guillen, participou de um evento promovido pela Fundação Getulio Vargas (FGV) em parceria com o Fundo Monetário Internacional (FMI), onde reforçou a mensagem de que a extensão do ciclo de cortes de juros será necessária para trazer a inflação de volta à meta central nos próximos anos. Segundo Guillen, o objetivo é atingir a marca de 3% no horizonte relevante da política monetária.

Durante sua apresentação, Guillen comparou a experiência do Brasil e de outras economias durante e após o choque da pandemia. Ele ressaltou que o primeiro estágio da desinflação global é menos custoso e mais atrelado a preços, como os das commodities e os administrados. O diretor do BC enfatizou que este movimento é mais rápido em diferentes países.

Guillen também abordou o segundo estágio, iniciado em dezembro, que tem uma tendência diferente, mais relacionada a fundamentos econômicos, como o hiato do produto e expectativas. Ele pontuou que o Brasil não está sozinho, pois muitas das questões do país são também de várias economias do mundo. Em virtude da pandemia ter sido um choque global simultâneo, ele ressaltou que era óbvio que as economias mostrariam correlação nos instrumentos monetários e fiscais acionados durante a crise sanitária.

Além disso, Guillen afirmou que o Brasil pôde aprender e se posicionar a partir da experiência de outros países. Ele destacou que o mesmo debate que acontece no Brasil em busca de explicações sobre as surpresas econômicas, como o tamanho do PIB potencial e a taxa neutra, também acontece em outros países. O diretor do BC observou que a resiliência do mercado de trabalho não gerou, em geral, pressão sobre a renda nas economias.

Por fim, Guillen levantou a questão sobre se haverá um descolamento ou não entre as estratégias dos países na saída da pandemia. Sua participação no evento foi marcada por uma análise detalhada sobre a atual situação econômica do Brasil e do mundo, oferecendo um panorama abrangente sobre os desafios e perspectivas para os próximos anos.

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