O ator Leandro Toguro, que participava de um evento na Praça da Liberdade, estava fantasiado como Freddy Krueger e descreveu a experiência como um verdadeiro pesadelo. Vestido com uma máscara de silicone e uma blusa de lã com listras verdes e vermelhas, ele revelou ter tomado três litros de suco e um litro de água para tentar suportar o calor. “Estou com a roupa encharcada de suor e já tomei três litros de suco e um de água”, disse.
A situação também afetou os vendedores ambulantes, que viram suas garrafas plásticas de água gelada desaparecerem rapidamente das caixas de isopor. A vendedora Eliana Jesus Santos, de 53 anos, teve todo o seu estoque praticamente esgotado em questão de horas devido à demanda.
Até os turistas acostumados com altas temperaturas, como Flávia Paloma Borba, de Recife, se viram sofrendo com o clima atípico. Ela ressaltou que em sua cidade natal, o calor é sempre amenizado pela brisa do mar, o que não acontece em São Paulo.
A engenheira-civil Denise Duarte, especialista em adaptação das cidades à mudança climática, afirmou: “O poder público e o setor privado precisarão desenvolver estratégias para proteger o público em dias de calor extremo, que tendem se tornar mais frequentes.”
Mesmo os comerciantes improvisaram para trazer um pouco de conforto. A cafeteria We Coffe distribuiu sombrinhas para os clientes que esperavam na fila e o diretor de marketing comentou que, embora ofereçam as sombrinhas regularmente, a diferença é que “hoje todo mundo aceitou”.
Em meio ao calor extremo, moradores como José Salvino, de 41 anos, ainda enfrentaram problemas no trânsito provocado pela realização do Enem, que impediu o fechamento de determinadas ruas.
O calor intenso na cidade de São Paulo levantou questões sobre a necessidade de medidas públicas e privadas para enfrentar ondas de calor cada vez mais frequentes, além de ressaltar a importância da adaptação das cidades a essas mudanças climáticas cada vez mais extremas.