Lago rosa-chiclete no Havaí é sinal de estresse ambiental e alerta para mudanças climáticas, alertam especialistas.

Na última semana, um lago no Havaí chamou a atenção nas redes sociais por ter adquirido uma tonalidade rosa-chiclete. O fenômeno curioso gerou interesse e curiosidade, mas especialistas alertam que a mudança na cor da água não é apenas um espetáculo visual, mas sim um indicador de estresse ambiental.

Localizado no Refúgio Nacional de Vida Selvagem do Lago Kealia, na ilha de Maui, o lago cor-de-rosa tem sido monitorado por funcionários nas últimas duas semanas. Inicialmente, temores foram levantados sobre a possibilidade da cor ser resultado de algas tóxicas, no entanto, testes revelaram que a fonte do tom rosa provavelmente são halobactérias, um tipo de arqueia, organismos unicelulares que prosperam em corpos d’água com altos níveis de sal.

A salinidade no lago Kealia está atualmente acima de 70 partes por mil, o dobro da salinidade do mar, o que, junto com as condições secas causadas pela estiagem em Maui, criou as condições ideais para o crescimento das halobactérias. Por conta disso, autoridades recomendaram aos visitantes evitar entrar na água, não consumir peixes do lago e garantir que seus animais de estimação não a bebam.

Além disso, a brilhante tonalidade rosa também é motivo de preocupação para o ecossistema ao redor, uma vez que indica que os níveis de salinidade da água estão muito altos para a maioria dos peixes sobreviverem ou outros animais beberem.

Mudanças de cor como essa não são incomuns nos Estados Unidos, sendo que uma parte do Grande Lago Salgado, em Utah, está rosa desde a década de 1950, de acordo com o Great Salt Lake Collaborative. Além disso, em diversos locais ao redor do mundo, existem lagos cor-de-rosa ou vermelhos devido à alta salinidade, muitas vezes em lugares muito mais secos.

Por fim, a preocupação dos especialistas é que esse fenômeno no Havaí, que geralmente é uma região úmida, aponta para eventos climáticos mais extremos resultantes das mudanças climáticas, evidenciando a ocorrência com maior frequência de mudanças de cor em corpos de água ao redor do mundo. Ainda assim, a Universidade do Havaí está conduzindo testes adicionais para aprender mais sobre as arqueias, buscando entender a natureza desse fenômeno e suas consequências no ecossistema local.

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