Nas conclusões apresentadas no estudo, aponta-se que parte do capital que constituiu o maior banco do Império provavelmente era oriundo do tráfico e dos negócios da escravidão. Além disso, é destacado que acionistas e diretores da instituição financeira estavam diretamente vinculados à propriedade de escravos.
O Banco do Brasil terá um prazo de 15 dias úteis para se manifestar sobre as alegações apresentadas no estudo. Em seu posicionamento, a instituição declarou lamentar profundamente o ocorrido e reconheceu que a escravização teve efeitos duradouros na sociedade. Além disso, valorizou a colaboração e o trabalho dos historiadores, mantendo um arquivo histórico aberto ao público para pesquisas.
O estudo, que foi encaminhado ao BB, detalha que a instituição financeira valorizava o trabalho de historiadores e tinha em seu quadro acionista abolicionistas de destaque no cenário nacional, visando a busca da verdade histórica.
Por meio de um comunicado publicado em seu site oficial, a instituição também reforçou que, caso tenha ocorrido o envolvimento de capital obtido através de práticas escravagistas, isso deve ser recordado e discutido. O fato ressalta a magnitude da história brasileira e o impacto duradouro que a escravidão teve na sociedade.
O MPF se reuniu com setores da sociedade civil organizada para recolher sugestões para as possíveis reparação a serem oferecidas pelo banco à população afrodescendente. Para os especialistas, essa investigação é essencial para compreender certas situações atuais na sociedade. Eles defendem que a instituição deve reconhecer o erro cometido no passado e apresentar iniciativas de reparação. A história e o passado colaboram com o entendimento do presente e com a necessidade de políticas efetivas de reparação à população negra.
O estudo apresenta dados detalhados que evidenciam o envolvimento direto do Banco do Brasil no comércio de negros escravizados e o apoio ao tráfico, promovendo uma profunda revisão da história brasileira e provocando a reflexão sobre as implicações dessas práticas existirem até os dias atuais.