Vigília para Privatização da Sabesp: Vereadores buscam esclarecimentos sobre gestão e potenciais benefícios para a população até 2029.

Comissão Especial de Estudos sobre a Privatização da Sabesp discute dados da empresa e perspectivas

Na última quinta-feira (9/11), os vereadores da Comissão Especial de Estudos sobre a Privatização da Sabesp se reuniram para esclarecer dúvidas sobre a gestão da empresa, seus investimentos e as perspectivas em caso de privatização. A Sabesp, companhia responsável pela distribuição de água, coleta e tratamento de esgotos em 375 municípios do Estado de São Paulo, foi fundada em 1973 e tem sido alvo de discussões sobre a desestatização.

O presidente da Câmara Municipal de São Paulo, vereador Milton Leite (UNIÃO), enfatizou que não há dados suficientes para se decidir sobre a privatização da empresa. Segundo ele, a situação da Sabesp ainda demanda correções, especialmente após problemas ambientais causados por bombas de recalque de esgoto. No entanto, o presidente ressaltou que a Câmara não tem uma decisão definida sobre a questão e que a tendência, no momento, é pelo não.

A proposta de privatização da Sabesp tem sido discutida na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) em caráter de urgência. A empresa, que registra uma receita anual de R$ 23 bilhões e um lucro de R$ 3,1 bilhões, destina cerca de R$ 700 milhões aos acionistas, sendo mais da metade revertido ao Estado. Segundo informações apresentadas na reunião, a privatização poderia beneficiar 10 milhões de pessoas nos 375 municípios do Estado de São Paulo até 2029, além de contribuir para a redução das tarifas e para a antecipação de investimentos.

O diretor-presidente da Sabesp, André Gustavo Salcedo, explicou que a privatização poderia beneficiar a sociedade, expandindo os serviços de saneamento para áreas rurais e comunidades informais, e promovendo a formalização de moradores não atendidos atualmente. A secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo, Natália Resende, detalhou o modelo de venda de ações, enfatizando que a água continuaria sendo pública e que o Estado permaneceria na empresa.

Após a reunião, 10 requerimentos foram aprovados para convocar representantes de instituições e obter informações detalhadas sobre a situação da Sabesp. A Comissão busca garantir que os vereadores possam tomar uma decisão informada sobre a privatização, levando em consideração os diversos pontos apresentados.

No entanto, nem todos os vereadores presentes na reunião se mostraram convencidos da viabilidade da privatização. A vereadora Luana Alves (PSOL) expressou seu desacordo, apontando que a privatização poderia levar a um aumento das tarifas e a uma diminuição na qualidade dos serviços.

O presidente da Comissão de Estudos, vereador Sidney Cruz (SOLIDARIEDADE), destacou que ainda é cedo para se posicionar sobre o tema e enfatizou que a Comissão busca proporcionar informações que possam garantir uma decisão assertiva para os munícipes e para a cidade de São Paulo. A reunião e os requerimentos aprovados podem ser conferidos na íntegra no site da Câmara Municipal de São Paulo.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo