Esses dois episódios nos mostram como estamos começando a enfrentar desafios cada vez mais sofisticados com o desenvolvimento de aplicativos e recursos tecnológicos acessíveis e inteligentes. O potencial da inteligência artificial ainda é enigmático e, por isso, assustador. Alguns cientistas preveem que ela pode levar à extinção da humanidade, enquanto outros enxergam um exagero nessa posição.
De qualquer forma, o debate sobre a regulação desses avanços tecnológicos é urgente. As consequências dessas inovações já são sentidas na sociedade, indo muito além do simples privilégio de ouvir a voz do falecido John Lennon. Já se sabe que as deepfakes, vídeos que manipulam imagens para criar situações falsas, podem ter impactos destrutivos na reputação das pessoas.
Ao perceber que a criação de mídias sintéticas ilícitas está ao alcance de crianças e adolescentes, é evidente que essas não serão as últimas ocorrências do tipo. Portanto, é necessário educar para o uso ético das novas tecnologias, incluindo as infinitas possibilidades que a inteligência artificial nos traz.
O problema é que muitos adultos não foram educados para lidar com tudo isso. As famílias precisam exercer um controle sobre o que as crianças e jovens acessam na internet, reforçando valores como ética, respeito e empatia. Enquanto isso, as escolas devem apoiar o desenvolvimento de habilidades e competências que permitam o uso crítico e responsável do ambiente digital.
Em um contexto em que distinguir entre o que é real e o que não é se tornará praticamente impossível, é urgente ensinarmos as novas gerações a desconfiarem dos conteúdos que recebem e a não criarem imagens que causem exposição e sofrimento. A inteligência artificial traz consigo grandes perigos, e é importante que estejamos preparados para enfrentá-los.