Igreja Católica autoriza batismo de pessoas transexuais e homoafetivas, segundo decisão do Vaticano divulgada nesta quinta-feira.

Vaticano permite batismo de pessoas transexuais e filhos de casais homossexuais

Segundo informações divulgadas pelo Vaticano nesta quinta-feira, 9, as pessoas transexuais, mesmo que tenham sido submetidas a tratamento hormonal ou cirurgia de mudança de sexo, podem receber o batismo. A decisão está de acordo com um documento do departamento Dicastério para a Doutrina da Fé, assinado pelo prefeito Victor Manuel Fernandéz e aprovado pelo Papa Francisco em 31 de outubro deste ano.

De acordo com o documento, a decisão também se estende para que pessoas transexuais possam ser testemunhas em um casamento religioso. Além disso, os filhos de casais homossexuais devem ser batizados, mesmo que tenham nascido de útero de aluguel, desde que haja uma esperança bem fundamentada de que serão educados na fé católica.

Segundo informações do Vaticano, o pedido de esclarecimento sobre a possível participação nos sacramentos do batismo e do matrimônio por parte de pessoas transexuais e pessoas homoafetivas foi feito pelo bispo da Diocese de Santo Amaro (SP), no Brasil, dom José Negri, em julho passado.

O documento ressalta que o Papa Francisco tem dito repetidamente que a Igreja não é uma alfândega e que, especialmente com relação ao batismo, a porta não deve ser fechada para ninguém. A resposta do Vaticano repropõe, em boa substância, os conteúdos fundamentais do que já foi afirmado no passado sobre esse assunto pelo dicastério.

Com relação ao questionamento sobre o batismo de uma pessoa transexual, que passou por tratamento hormonal ou cirurgia de mudança de sexo, a resposta é sim, desde que não haja risco de ser criado um escândalo ou desorientação entre os fiéis.

Além disso, o documento também esclarece que uma pessoa transexual pode ser padrinho ou madrinha de batismo sob certas condições, e que não há problema para a pessoa transexual ser testemunha em um casamento, pois isso não é proibido na legislação canônica universal.

Quanto ao questionamento de pessoas homoafetivas como pais de uma criança a ser batizada, o Vaticano responde que, para que a criança seja batizada, deve haver uma esperança bem fundamentada de que ela será educada na religião católica.

O documento pede a devida prudência para salvaguardar o sacramento do batismo e especialmente a sua recepção, que é um bem precioso a ser protegido. Também ressalta que não há nada que impeça uma pessoa homoafetiva e que convive de ser o padrinho do casamento.

Essa decisão marca um avanço importante para a inclusão e aceitação de pessoas transexuais e homoafetivas na Igreja Católica, demonstrando uma maior abertura e compreensão por parte da instituição religiosa. A decisão do Vaticano reflete uma postura mais acolhedora e inclusiva em relação a questões de gênero e sexualidade, promovendo a igualdade e respeito pelas diversas identidades.

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