Hospital em Gaza encerra serviços essenciais por falta de combustível e ONU alerta para aumento de doenças na região.

Hospital de Gaza encerra cirurgias e serviços essenciais devido à falta de combustível

O Hospital Al Quds, localizado na cidade de Gaza, anunciou na quarta-feira (8) que devido à escassez de combustível, encerrou vários serviços essenciais, incluindo cirurgias. O escritório para Assuntos Humanitários das Nações Unidas (Ocha) divulgou que o hospital possui combustível apenas para duas horas de eletricidade por dia, o que resultou no fechamento de serviços importantíssimos prestados pela unidade.

De acordo com o Ocha, o Hospital Al Quds desligou seu gerador principal e passou a utilizar um gerador menor para reduzir o consumo de combustível. Isso resultou no fechamento da enfermaria cirúrgica, da unidade de geração de oxigênio e da enfermaria de ressonância magnética. Além disso, as áreas próximas ao hospital foram bombardeadas, causando danos significativos ao edifício e ferindo pacientes e pessoas deslocadas internamente.

Outro hospital afetado pela escassez de combustível é o Al Awda, que anunciou que seu estoque deve se esgotar em 30 horas. Esse hospital presta serviços de emergência e cirurgias especializadas, sendo o único prestador de serviços de maternidade no norte da Faixa de Gaza.

Desde o início das hostilidades, 14 dos 35 hospitais de Gaza com capacidade de internações foram fechados, e 71% de todas as instalações de cuidados primários foram encerradas devido aos bombardeios ou falta de combustível, informou o Ocha.

Além da interrupção dos serviços hospitalares, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou para o aumento da propagação de doenças devido à interrupção dos sistemas de saúde, de água e de saneamento. Desde outubro, foram notificados mais de 33 mil casos de diarreia, com mais da metade em crianças menores de cinco anos. Isso representa um aumento significativo em comparação com anos anteriores.

A falta de combustível também levou ao encerramento de fábricas de dessalinização, aumentando o risco de infecções bacterianas, como a diarreia, devido ao consumo de água contaminada. Além disso, a falta de combustível comprometeu a coleta de resíduos sólidos, criando um ambiente propício à proliferação de insetos e roedores que podem transmitir doenças.

A situação é agravada pela entrada limitada de ajuda humanitária pelo Egito, que atende a apenas uma pequena fração da sociedade palestina. A água potável trazida atende apenas 4% dos residentes de Gaza, enquanto o combustível necessário continua proibido pelas autoridades israelenses.

A escassez de combustível e as consequências devastadoras decorrentes disso mostram a urgência da intervenção internacional para garantir o acesso a cuidados de saúde e serviços essenciais à população de Gaza, que enfrenta uma crise humanitária sem precedentes.

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