Os operadores observam que a liquidez no mercado futuro de câmbio foi moderada, indicando uma postura cautelosa dos investidores. Em relação à agenda doméstica, com a aprovação da reforma tributária no Senado já refletida nos preços, as atenções estiveram voltadas para o comportamento da moeda americana no exterior e a curva de juros americana. O nervosismo também foi evidente com o resultado do leilão de US$ 24 bilhões de T-bonds de 30 anos, cuja demanda foi baixa.
Declarações duras do presidente do Fed, Jerome Powell, desencadearam uma queda nas bolsas em Nova York e uma alta no índice DXY, que mede o desempenho do dólar em relação a seis divisas fortes. Além disso, a moeda americana também subiu em relação a divisas emergentes e de países exportadores de commodities, com as maiores perdas ficando com os pesos chileno e mexicano. Vale ressaltar que o Banco Central do México (Banxico) decidiu, por unanimidade, manter a taxa de juros em 11,25% ao ano.
Na visão de Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, as declarações de Powell não agradaram e geraram um movimento brusco dos mercados, afetando tanto o mercado brasileiro quanto o exterior. No entanto, Galhardo ressalta que, apesar da alta do dólar no dia de hoje, a moeda ainda acumula uma queda de 2,01% no mês de novembro e está distante do nível de fechamento de outubro.
Por fim, o Banco Central informou que o fluxo cambial de outubro foi positivo em US$ 3,400 bilhões, com entradas líquidas de US$ 4,099 bilhões via comércio exterior, e saídas líquidas de US$ 699 milhões pelo canal financeiro. Já na última semana, o saldo total foi positivo em US$ 1,757 bilhão, com entradas líquidas pelo comércio exterior e pelo canal financeiro. Esses números indicam um saldo positivo no mercado cambial brasileiro, dando suporte à moeda brasileira e ao mercado financeiro de forma geral.