Desmatamento na Amazônia cai 22,3%, mas avanço das queimadas preocupa especialistas e coloca governo em xeque.

A Amazônia segue sendo uma das pautas mais preocupantes e urgentes no Brasil e no mundo. Nesta quinta-feira, 9, o Ministério do Meio Ambiente divulgou dados que mostram uma redução de 22,3% no desmatamento na região em comparação ao ano anterior. No entanto, a floresta tem sofrido nos últimos meses com um aumento expressivo nas queimadas, especialmente na região do Amazonas, onde nuvens de fumaça têm encoberto várias cidades, incluindo Manaus.

Segundo dados consolidados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), no período entre agosto de 2022 e julho deste ano, foram desmatados 9.001 km² no bioma amazônico. Apesar do avanço representado por essa queda, especialistas alertam que os patamares de destruição ainda estão muito elevados.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou que, embora o governo tenha conseguido reduzir o desmatamento em 42% nos meses de janeiro a julho, o país ainda enfrenta um grande desafio em relação à preservação da Amazônia. Ela ressaltou que a agenda de adaptação aos efeitos das mudanças climáticas está atrasada não só no Brasil, mas no mundo inteiro.

Além disso, a situação das queimadas no bioma preocupa, especialmente devido ao El Niño, que tem impactado as condições climáticas na região. O governo afirma ter aumentado em 18% o número de brigadistas e distribuído cerca de R$700 milhões em recursos para ajudar na crise de estiagem e queimadas no Amazonas. No entanto, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, admitiu que a estrutura de combate ao fogo não é suficiente.

Especialistas também apontam que a comunidade científica internacional já alertava há meses sobre as previsões de estiagem na Região Norte do Brasil a partir do segundo semestre, e criticam a falta de um planejamento estratégico do governo para mapear as áreas mais suscetíveis a queimadas. O secretário Extraordinária de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial, André Lima, também afirmou que há um contexto de risco climático para o próximo ano.

Além disso, a taxa de desmatamento na Amazônia é um dos principais temas que serão discutidos na Cúpula do Clima (COP-28), que ocorrerá a partir do fim do mês nos Emirados Árabes Unidos. O Brasil será cobrado por suas promessas de preservação ambiental feitas nos últimos anos. No entanto, diante do cenário apresentado, especialistas acreditam que o país ainda enfrenta grandes desafios para alcançar a meta de desmatamento zero até 2030.

É evidente que a preservação da Amazônia continua sendo uma prioridade não só para o Brasil, mas para o mundo como um todo. A questão ambiental tem efeitos diretos na vida de milhões de pessoas, não só dentro da própria região, mas também em todo o mundo. A urgência em frear o desmatamento e combater as queimadas se faz cada vez mais presente, e cabe às autoridades a implementação de estratégias eficazes para garantir a preservação da maior floresta tropical do planeta.

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