Acesso à internet no Brasil: 6,4 milhões de famílias permaneciam sem conexão em 2022, aponta pesquisa do IBGE

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Tecnologia da Informação e Comunicação 2022, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o acesso à internet no Brasil continuou a crescer nos últimos anos, entretanto, 6,4 milhões de famílias ainda permanecem sem conexão à rede em suas casas. Além disso, cerca de 23,792 milhões de brasileiros com 10 anos ou mais de idade não utilizam a internet, sendo 2,923 milhões destes estudantes.

Os dados revelam que os excluídos digitais representam 12,8% da população com 10 anos ou mais de idade, sendo que mais da metade deles são idosos, com 52,3% com 60 anos ou mais de idade. Além disso, a maioria dessas pessoas é constituída por indivíduos sem instrução ou com ensino fundamental incompleto, o que corresponde a 78,5% das pessoas sem acesso à internet.

Uma das informações mais preocupantes apresentadas pela pesquisa é a disparidade de renda entre os que têm acesso à internet e os que não têm. O rendimento médio mensal real per capita nos domicílios com acesso à internet foi quase o dobro do rendimento nos domicílios sem acesso, com uma diferença significativa em todas as Grandes Regiões do Brasil.

Os motivos para a falta de acesso à internet também foram investigados, com 16,2% dos excluídos digitais apontando motivos financeiros, como o alto custo do acesso à rede e dos equipamentos eletrônicos necessários. Além disso, 47,7% disseram que não sabiam como usar a internet e 23,5% afirmaram não sentir necessidade de utilizá-la. A falta de disponibilidade do serviço nos locais frequentados também foi citada por 3,6% dos entrevistados.

Entre os estudantes que não tinham acesso à internet, a maioria frequentava a rede pública de ensino e relatou que a questão financeira era um empecilho, com 19,9% considerando o serviço caro e 14,8% afirmando que o equipamento necessário para o acesso era caro.

A pesquisa também abordou o acesso gratuito à internet em locais públicos, como escolas, universidades, bibliotecas, estabelecimentos de saúde e praças ou parques. A Região Sul apresentou os maiores índices de acesso gratuito à internet. Além disso, notou-se maior acesso gratuito à internet entre pessoas mais jovens, especialmente em estabelecimentos de ensino público e bibliotecas públicas.

No entanto, apesar do crescente acesso à internet e à disponibilidade de conexões gratuitas em locais públicos, ainda há um grande contingente de brasileiros excluídos digitalmente, especialmente aqueles com menor renda ou com menor nível de instrução. Essa disparidade pode ter impactos significativos na vida social, educacional e profissional dessas pessoas, evidenciando a necessidade de políticas públicas que promovam a inclusão digital de forma abrangente e equitativa.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo