Os policiais denunciados foram identificados como Fabiano Menacho Ferreira, Matheus Domicioli Soares Viégas Pinheiro e Wesley Santos da Silva. O MPF está buscando que eles sejam responsabilizados por homicídio qualificado, tentativa de homicídio e fraude processual, e que sejam levados a julgamento popular, com a possibilidade de enfrentar uma pena máxima de 58 anos de prisão. Além disso, a denúncia também inclui um pedido de indenização de R$1,3 milhão para a família de Heloísa e a prisão preventiva dos três policiais.
De acordo com a denúncia apresentada, o pai de Heloísa, Willian de Souza, estava dirigindo o veículo da família quando percebeu que estava sendo seguido por uma viatura policial. Ao tentar parar o veículo, os policiais dispararam contra o carro em movimento. Testemunhas afirmaram que não houve qualquer comunicação dos policiais com o motorista, o que indica uma intenção deliberada de matar ou, no mínimo, um risco aceito de que isso poderia acontecer.
A denúncia também destaca que as armas utilizadas pelos policiais – fuzis de grosso calibre – foram projetadas para aumentar a letalidade, e que a distância entre os atiradores na viatura policial e as vítimas era de apenas vinte metros no momento dos tiros.
Após os disparos, a família levou Heloísa para o Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, onde ela permaneceu hospitalizada por 9 dias, vindo a falecer em 16 de setembro devido aos ferimentos.
O MPF rebateu os argumentos dos policiais, incluindo a alegação de que teriam informações prévias indicando que o veículo da família era roubado. Segundo os procuradores, o pai de Heloísa e o vendedor do carro não tinham conhecimento de qualquer registro de roubo do veículo, e que o valor de mercado do carro foi pago. Além disso, os registros do Departamento de Trânsito não indicavam nenhuma restrição sobre o veículo.
A denúncia ainda contesta a alegação dos policiais de que a viatura teria sido alvo de disparos no dia do incidente, afirmando que não há evidências que corroborem essa afirmação. As investigações indicam que o local estava vazio e não havia nenhuma fonte de barulho. Não havia armas no carro e a única reação da família foi tentar parar no acostamento.
O MPF conclui que, mesmo que houvesse criminosos condenados no veículo, isso não justificaria os policiais aplicarem uma sentença de pena de morte ali mesmo. A denúncia está em andamento, e o desfecho deste caso está sendo aguardado por muitas pessoas que estão acompanhando de perto esta triste situação.