MPF denuncia três policiais rodoviários federais pela morte da menina Heloisa, baleada em ação no Arco Metropolitano no RJ.

No dia 6 de setembro, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou três policiais rodoviários federais pela morte da menina Heloisa dos Santos Silva, de apenas 3 anos, baleada na nuca e no ombro durante uma ação policial no Arco Metropolitano, na Baixada Santista, Rio de Janeiro. A tragédia ocorreu em setembro deste ano, quando a menina estava com a família voltando para casa depois de um passeio em Petrópolis, na região serrana.

Os policiais foram denunciados por homicídio qualificado, tentativa de homicídio e fraude processual. O MPF também solicita uma indenização de R$1,3 milhão aos pais e irmã de Heloisa, além de pedir que o caso seja julgado por júri popular, podendo resultar em pena máxima de 58 anos de prisão para os acusados.

Os policiais alegaram que o veículo era roubado e que a viatura policial foi alvo de disparos, porém o MPF descartou essas possibilidades, argumentando que a documentação do carro mostrou que não havia nenhuma restrição e que não havia arma no veículo da família.

Durante a investigação, foram analisados depoimentos de familiares, testemunhas, dos acusados e perícias no carro da família e nas armas dos policiais. Segundo a denúncia, a viatura da Polícia Rodoviária Federal seguia o veículo da família quando o pai de Heloisa resolveu parar e foi atingido pelos disparos antes mesmo de travar as rodas do carro.

O procurador responsável pelas investigações afirmou que a distância entre atiradores na viatura policial e vítimas não era mais do que 20 metros no momento dos disparos, tornando “não minimamente crível que, ao cravejar com tiros de 5.56 um veículo tripulado e com carroceria comum, a poucos metros de distância, houvesse outra intenção senão a de matar”.

O MPF também voltou a pedir a prisão provisória dos policiais para garantir o andamento da ação penal, alegando que há perigo concreto em manter a liberdade dos acusados. A Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais declarou que acompanharia de perto a investigação e estava certa de que o processo legal seria respeitado, com ampla defesa e direito ao contraditório.

A morte da menina Heloisa foi uma tragédia que chocou o país e vai contra as diretrizes da corporação, conforme afirmou a responsável pela área temática dos direitos humanos da PRF. A investigação continua e o desfecho deste trágico episódio aguarda a decisão da justiça.

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