Os policiais foram denunciados por homicídio qualificado, tentativa de homicídio e fraude processual. O MPF também solicita uma indenização de R$1,3 milhão aos pais e irmã de Heloisa, além de pedir que o caso seja julgado por júri popular, podendo resultar em pena máxima de 58 anos de prisão para os acusados.
Os policiais alegaram que o veículo era roubado e que a viatura policial foi alvo de disparos, porém o MPF descartou essas possibilidades, argumentando que a documentação do carro mostrou que não havia nenhuma restrição e que não havia arma no veículo da família.
Durante a investigação, foram analisados depoimentos de familiares, testemunhas, dos acusados e perícias no carro da família e nas armas dos policiais. Segundo a denúncia, a viatura da Polícia Rodoviária Federal seguia o veículo da família quando o pai de Heloisa resolveu parar e foi atingido pelos disparos antes mesmo de travar as rodas do carro.
O procurador responsável pelas investigações afirmou que a distância entre atiradores na viatura policial e vítimas não era mais do que 20 metros no momento dos disparos, tornando “não minimamente crível que, ao cravejar com tiros de 5.56 um veículo tripulado e com carroceria comum, a poucos metros de distância, houvesse outra intenção senão a de matar”.
O MPF também voltou a pedir a prisão provisória dos policiais para garantir o andamento da ação penal, alegando que há perigo concreto em manter a liberdade dos acusados. A Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais declarou que acompanharia de perto a investigação e estava certa de que o processo legal seria respeitado, com ampla defesa e direito ao contraditório.
A morte da menina Heloisa foi uma tragédia que chocou o país e vai contra as diretrizes da corporação, conforme afirmou a responsável pela área temática dos direitos humanos da PRF. A investigação continua e o desfecho deste trágico episódio aguarda a decisão da justiça.