2023 está “praticamente certo” de quebrar recorde como o ano mais quente da história, confirmam cientistas europeus

Segundo dados recentes divulgados por cientistas da União Europeia, há uma probabilidade de 99% de que o ano de 2023 seja o mais quente em 125 mil anos. A constatação veio após a verificação de que o mês de outubro do atual ano foi o mais quente já registrado. A medição feita pelo Serviço de Mudanças Climáticas (C3S) do Copernicus revelou que a temperatura média para o mês de outubro de 2023 foi de 15,38°C, superando em 0,4°C o recorde anterior estabelecido em 2019.

A emissão contínua de gases de efeito estufa devido à atividade humana, aliada à presença do fenômeno El Niño no Oceano Pacífico Oriental, são apontados como os principais fatores responsáveis pelo aumento da temperatura global. Além disso, os cientistas afirmam que a temperatura média do ar em outubro foi 1,7°C mais quente do que a média para o mês no período pré-industrial de 1850 a 1900.

Os dados do Copernicus indicam que 2023 apresentou outros quatro meses consecutivos com as temperaturas mais altas já registradas. Além disso, um julho recorde superou o ano de 2016, reforçando a tendência de aumento da temperatura média. A diretora adjunta do C3S, Samantha Burgess, apontou que a combinação dos dados do Copernicus com os do IPCC pode indicar que este é o ano mais quente dos últimos 125 mil anos.

Os recordes de temperatura também foram batidos em setembro de 2023, o que surpreendeu os cientistas que acompanham de perto a situação climática. Michael Mann, cientista de clima da Universidade da Pensilvânia, destacou que os aumentos constantes do aquecimento causado pelo homem somados ao fenômeno El Niño têm contribuído para a quebra dos recordes.

Com um cenário de mudanças climáticas extremas, incluindo inundações, ondas de calor e incêndios florestais, os especialistas alertam para a necessidade urgente de adotar medidas climáticas ambiciosas antes da COP28, conferência da ONU sobre mudanças climáticas que acontecerá em Dubai. A conferência buscará avaliar o avanço das metas estabelecidas pelo Acordo de Paris de 2015, que visa limitar o aquecimento global em 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.

A Organização Meteorológica Mundial prevê que o limite de 1,5°C poderá ser superado nos próximos cinco anos, o que reforça a necessidade de ações urgentes para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. A previsão do IPCC aponta para a possibilidade de atingir esse limite entre 2030 e 2035, se as emissões continuarem no ritmo atual. Atualmente, os cientistas estimam que o aquecimento já atingiu 1,2°C em comparação à era pré-industrial.

Esses dados preocupantes reforçam a necessidade de um esforço global para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e mitigar os impactos das mudanças climáticas. A conferência da ONU sobre mudanças climáticas em Dubai se torna ainda mais crucial diante do panorama emergencial apresentado pelos cientistas.

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