José Maria da Silva Paranhos, o Visconde do Rio Branco, nasceu em Salvador em 1819, filho de um rico comerciante e proprietário português. Apesar da ruína econômica de seu pai, o jovem Paranhos teve acesso a uma educação de qualidade, tendo estudado na Academia da Marinha e na Escola Militar no Rio de Janeiro. Sua formação em matemática foi crucial para sua carreira posterior, marcada por realizações tanto na esfera política quanto na educação.
Além de sua atuação no Exército, o Visconde se destacou na política, tendo ocupado a presidência do conselho de ministros em um dos governos mais longevos do Segundo Império. Durante seu mandato, foi promulgada a Lei do Ventre Livre, um marco na história da abolição da escravatura no Brasil. No entanto, poucos sabem que, antes de se dedicar à política, o Visconde do Rio Branco foi professor de matemática, tendo obtido o título de doutor em ciências matemáticas pela Escola Militar.
Sua contribuição para a educação também foi significativa. Como vice-governador do Rio de Janeiro em exercício interino do governo da província, aprovou um projeto de reestruturação do ensino primário e a criação do ensino médio, visando ampliar o acesso à educação para as classes menos favorecidas. Além disso, sua influência levou à transformação da Escola Central em Escola Politécnica, uma das primeiras escolas de engenharia do país.
Essas iniciativas tiveram um impacto duradouro no ensino superior da matemática no Brasil, com a criação de escolas politécnicas em outras cidades, como São Paulo e Recife. O trabalho do Visconde do Rio Branco, tanto na política quanto na educação, foi fundamental para o desenvolvimento do país.
Muitas vezes, a história pública tende a obscurecer as contribuições de figuras menos conhecidas, como o Visconde do Rio Branco, em favor de figuras mais proeminentes, como seu filho, o Barão do Rio Branco. No entanto, é importante reconhecer e valorizar o legado deixado por figuras como o Visconde, que desempenhou um papel fundamental na construção do Brasil moderno.
