Concentração de usuários de drogas se desloca para viadutos e túneis movimentados no centro de São Paulo

No último ano e meio, as operações policiais na Cracolândia, em São Paulo, têm tentado dispersar a concentração de usuários de drogas. No entanto, os dependentes químicos encontraram abrigo sob viadutos e dentro de túneis movimentados na região central da cidade. De acordo com relatos de moradores e trabalhadores locais, dois endereços em específico registraram um aumento do fluxo de usuários nos últimos três meses. Esses endereços são o final do Viaduto Júlio de Mesquita Filho, sob a Praça Franklin Roosevelt, e o trecho ao redor do Túnel José Roberto Fanganiello Melhem, que liga a Avenida Paulista à Avenida Rebouças.

No período noturno, é possível observar os usuários consumindo drogas nas calçadas e no canteiro central do túnel que leva ao Minhocão. Durante o dia, eles costumam fumar crack escondidos no acesso ao elevado. Apesar do tráfego intenso de veículos na via, os usuários arriscam suas vidas ao atravessar de um lado para o outro. A Associação Geral do Centro de São Paulo chamou atenção para o perigo desse local e pediu uma ação rápida por parte do poder público.

Um incidente ocorrido em outubro deste ano ilustra a preocupação com a presença desses dependentes químicos na região. Um motorista atropelou 16 usuários de drogas que estavam no cruzamento da Avenida Rio Branco com a Rua dos Gusmões, próximo à Cracolândia. Esse ponto é conhecido como o local de maior concentração de usuários de drogas da cidade. No entanto, nos endereços próximos à Avenida Paulista e à Praça Roosevelt, a quantidade de dependentes é menor em comparação com a Cracolândia principal.

A Polícia Militar e a Guarda Civil Metropolitana têm abordado os usuários nos novos pontos de concentração, enquanto equipes da prefeitura realizam a limpeza da área. No entanto, essas ações têm um efeito temporário, já que o fluxo de usuários é retomado horas depois. A praça Roosevelt conta com um batalhão da PM e uma base da GCM, mas a cena de uso aberto de drogas continua próxima aos olhos das forças de segurança.

Os trabalhadores das empresas da região relatam que os usuários que frequentavam esses locais anteriormente não causavam problemas, mas nos últimos três meses grupos diferentes, mais agressivos, têm migrado da região central para esse local. Esses novos frequentadores têm estourado vidros de carros para furtar objetos durante a noite.

A Prefeitura de São Paulo declarou que as regiões mencionadas são assistidas pelo Consultório na Rua, que realiza ações de acolhimento e cuidados em saúde. A Secretaria Municipal de Segurança Urbana aumentou o patrulhamento comunitário e preventivo na região. A Polícia Civil também tem realizado ações na região central, resultando em flagrantes, prisões e apreensão de celulares. Na região da Avenida Paulista, a Polícia Civil adotou a Operação Speed Bike para combater a criminalidade relacionada ao uso de bicicletas em roubos e furtos de celulares.

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