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Aumento nos casos de violência contra mulheres no Rio de Janeiro em 2022, revela mapa municipal.

No ano de 2022, a cidade do Rio de Janeiro registrou um total de 15.267 ações de violência contra mulheres, de acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS-Rio). Esses registros, baseados no Sistema de Informação da Saúde (Sinam), revelaram que 10.057 mulheres, ou seja, 65,87%, eram adultas na faixa etária de 20 a 59 anos. Além disso, 63,4% das vítimas eram negras, sendo 17,8% pretas e 45,6% pardas.

Essas informações fazem parte da 3ª edição do Mapa da Mulher Carioca, elaborado pela Secretaria Municipal de Políticas e Promoção da Mulher do Rio (SPM-Rio), que foi apresentado durante a 22ª Conferência do Observatório Internacional da Democracia Participativa 2023 (OIDP). O evento teve como tema “Democracia Participativa para Cidades Diversas, Inclusivas e Transparentes”.

Em relação aos tipos de violências interpessoais mais notificadas em mulheres de 20 a 59 anos, residentes na capital, a violência física teve o maior percentual (90,20%), seguida da violência psicológica (31,90%) e violência sexual (11,40%). O mapa ressalta que esses valores não totalizam 100% devido à possibilidade de mais de uma opção ser selecionada. Além disso, as estatísticas indicam que a cada hora uma mulher sofreu pelo menos uma dessas formas de violência.

No perfil do agressor nas violências interpessoais na mesma faixa etária, 76,3% eram do sexo masculino e 64,3% eram parceiros íntimos e pessoas conhecidas. Do total de agressores, 52,9% eram cônjuges, ex-cônjuges, namorados ou ex-namorados, enquanto 11,4% eram pessoas conhecidas.

O Mapa da Mulher Carioca também destacou que, no contexto das notificações de violência contra mulheres com deficiência, 70% delas eram mulheres com deficiência intelectual. Em relação à violência contra pessoas idosas, foram registradas 1.196 notificações em 2022, o que representa 6% do total de notificações de violência.

O documento também revelou que os casos de feminicídios cresceram na capital, com 35 casos registrados em 2022, um aumento em relação aos 18 casos de 2020. Além disso, dados sobre estupros indicaram que a faixa etária até 11 anos foi a que teve mais vítimas (38%).

O Mapa também trouxe informações sobre as regiões com as taxas mais alarmantes de violência contra a mulher. De acordo com o Índice de Progresso Social (IPS), as regiões de Guaratiba, no oeste, e o centro, tiveram índices de violência acima de 500 por 100.000 habitantes em 2022, enquanto o centro, Portuária, Santa Cruz e Barra da Tijuca permaneceram entre as cinco regiões com piores resultados desde 2016.

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, enfatizou que a administração municipal tem se empenhado em buscar soluções para os desafios enfrentados pelas mulheres na cidade. Ele ressaltou a importância de produzir dados e informações relevantes para embasar as políticas públicas voltadas para as mulheres.

A secretária municipal de Políticas e Promoção da Mulher, Joyce Trindade, destacou que o Mapa da Mulher Carioca é fundamental para analisar e identificar as características sociais e econômicas das mulheres, que representam 54% da população carioca. Ela ressaltou o compromisso da Secretaria em atender a todas as mulheres, levando em consideração sua diversidade.

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