Polícia Civil investiga possíveis vítimas de nudes falsos em outras escolas do Rio de Janeiro após denúncias no Colégio Santo Agostinho.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro está investigando se alunas de outras escolas também foram vítimas de nudes falsos, ou seja, tiveram suas fotos adulteradas para aparecerem nuas. Essa nova investigação faz parte de um inquérito aberto após denúncias de pais e responsáveis do Colégio Santo Agostinho, localizado na Barra Tijuca, zona oeste da cidade.

Segundo informações, pelo menos 20 alunas do colégio religioso tiveram suas imagens adulteradas e divulgadas por colegas nas redes sociais. As vítimas alegam que alunos dos 7º ao 9º anos teriam utilizado um aplicativo de inteligência artificial para colocar o rosto das meninas, do colégio ou não, em corpos nus.

A polícia ainda não divulgou quais outras instituições de ensino estão sendo investigadas em relação a esse crime virtual, pois o inquérito está sob sigilo.

Esse caso está sendo investigado pela DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente), sendo a primeira vez que esse tipo de delito é registrado nessa delegacia especializada. A Polícia Civil acredita que o registro desse tipo de crime poderá aumentar conforme as ferramentas de manipulação de imagens por inteligência artificial se tornem mais populares.

Como forma de evitar que esse tipo de caso se torne frequente, a polícia orienta que as pessoas tenham cuidado nas redes sociais e utilizem o bom senso.

O delegado titular da DPCA, Marcus Vinícius Braga, afirma que é importante que os pais conversem e orientem seus filhos sobre o ambiente digital, a internet e as redes sociais, deixando claro que não são uma terra sem lei. Ele ressalta que o uso de qualquer ferramenta de tecnologia no Brasil é regulado e que o abuso da sua utilização pode levar a responsabilização.

A identidade dos suspeitos envolvidos no caso do Colégio Santo Agostinho não foi divulgada. A instituição de ensino divulgou uma nota informando que está apurando os fatos e que tomará as medidas previstas no Regimento Escolar, porém, não especificou quais seriam.

Recentemente, a atriz Isis Valverde também foi vítima desse crime, tendo imagens montadas em que aparece nua divulgadas nas redes sociais. Ela acionou seus advogados e o caso está sendo investigado pela Delegacia de Repressão a Crimes de Informática.

No Código Penal, já está previsto que a produção e divulgação de montagens e imagens manipuladas com cunho sexual sejam consideradas crime. A punição para esse delito pode variar de 6 meses a 1 ano de prisão, além de multa. Já no Estatuto da Criança e do Adolescente, há um artigo que prevê punição para quem simular a participação de menores de idade em cenas de sexo explícito ou pornográficas através de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual. A pena para esses casos é de 1 a 3 anos de prisão, além de multa.

A Polícia Civil informou que ainda não é possível determinar como os suspeitos do caso do Colégio Santo Agostinho serão enquadrados, sendo necessário aguardar o fim das investigações. Até o momento, os envolvidos estão sendo ouvidos na delegacia.

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