Jornalista Cláudio Soares, militante político e defensor dos trabalhadores, falece deixando o jornalismo sindical de luto

No último dia 27 de outubro, a militância política e sindical perdeu um de seus grandes representantes. O jornalista Cláudio Soares, diretor do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, faleceu vítima de um infarto. Conhecido por sua atuação no combate à desigualdade social e na defesa dos direitos dos trabalhadores, Cláudio deixou uma marca indelével tanto em sua vida pública quanto em sua vida familiar.

Nascido em São Paulo, Cláudio dedicou-se desde cedo à luta pelos direitos dos jornalistas. Sua militância começou na Universidade de São Paulo (USP), durante os anos da ditadura militar, quando integrou a corrente estudantil Liberdade e Luta e a Organização Socialista Internacionalista, que teve papel fundamental na formação do Partido dos Trabalhadores (PT). Sua paixão pela profissão o levou a trabalhar no Rio de Janeiro, Paris e novamente em São Paulo, onde atuou durante duas décadas na Redação do Diário Oficial. Além disso, foi colaborador do Almanaque Abril e revisor do jornal O Estado de S. Paulo.

Mas Cláudio não se limitava apenas ao jornalismo. Era um homem gentil, carinhoso e sempre sorridente, segundo relatos de sua família. Sua esposa, Simone Rodrigues, ressalta seu comprometimento, resiliência e capacidade de escuta em todos os momentos, mesmo nos mais hostis. Era um pai amoroso e um referencial para seus filhos, tanto que editou o livro de sua mãe sobre a alegria de viver aos 90 anos.

Cláudio também era um apaixonado por literatura desde criança e encontrou nas aventuras literárias sua maior inspiração. Descobriu Monteiro Lobato e Tom Sawyer na biblioteca de Vila Formosa, na zona leste paulistana, e nunca mais parou de se encantar com as histórias que lia. Além disso, era um estudioso de letras e adorava conversar sobre línguas antigas e etimologias. Sua biblioteca pessoal era vasta, com livros, filmes, recortes de jornais e posts de internet, tudo meticulosamente organizado.

Com sua voz calma e seu jeito tranquilo, Cláudio era conhecido por nunca levantar a voz nem proferir palavras grosseiras. Sua filha, Marina Soares, lembra-se de uma ocasião em que o ouviu falar alto pela primeira vez, durante uma reunião política. Desde a infância, guarda um postal que ganhou do pai, com a imagem de Lênin e Trotsky e a mensagem “sonhos, acredite neles”.

A morte de Cláudio deixou sua família, seus amigos e o meio jornalístico sindical em luto. Seu legado como defensor das causas sociais e trabalhistas jamais será esquecido. Sua vida foi dedicada à militância e à luta por um mundo mais igualitário e justo. Cláudio Soares deixa mãe, esposa, filha, dois enteados, nove irmãos, quatro sobrinhos e uma imensa saudade.

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