Repórter São Paulo – SP – Brasil

Estresse e acesso à saúde são as principais barreiras para homens cuidarem da própria saúde, revela pesquisa.

De acordo com a pesquisa “A Saúde do Brasileiro”, realizada pelo Instituto Lado a Lado pela Vida em parceria com o QualiBest, oito em cada dez homens reconhecem que precisam cuidar mais da própria saúde. No entanto, parcelas significativas ainda enfrentam empecilhos no dia a dia. O estudo entrevistou 815 pessoas para conhecer a percepção do grupo em relação à saúde.

Entre os homens entrevistados, 51% apontaram a rotina estressante como o principal obstáculo para cuidar da saúde, enquanto 32% citaram o acesso à saúde. Esses resultados demonstram que apesar do reconhecimento da importância de cuidar da saúde, diversos fatores dificultam a adoção de hábitos saudáveis e a busca por cuidados médicos regulares.

Outro dado relevante é que 63% dos homens disseram se preocupar muito com a própria saúde. Essa preocupação indica uma conscientização sobre a importância de cuidar do corpo e prevenir doenças. Além disso, a pesquisa revelou que 88% dos homens afirmam ir ao médico ao menos uma vez ao ano, o que é positivo para a manutenção da saúde.

Um ponto interessante a ser destacado é que 84% dos entrevistados afirmaram que são eles mesmos quem agendam as consultas médicas, mostrando independência e autonomia no cuidado com a saúde. No entanto, ainda existem 10% que dependem das companheiras para realizar essa tarefa, indicando a necessidade de incentivar a responsabilidade individual nesse sentido.

A presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida, Marlene Oliveira, avalia que houve progresso ao longo dos anos em relação à conscientização dos homens sobre a importância de cuidar da saúde. No entanto, ainda existem regiões no Brasil onde o preconceito é um obstáculo para que os homens se cuidem adequadamente. A campanha Novembro Azul tem desempenhado um papel fundamental de orientação nesse sentido.

É importante ressaltar que muitos homens acabam agravando problemas de saúde por deixarem de procurar atendimento médico precocemente. Isso acaba onerando o sistema de saúde, uma vez que o tratamento em fases mais avançadas tende a ser mais caro e complexo.

A pesquisa também revelou que 42% dos homens entrevistados admitiram estar acima do peso indicado. Dentre eles, 31% apresentam sobrepeso de 6 a 10 quilos, e um quarto dos entrevistados (25%) está com 15 quilos a mais do que o ideal.

Em relação aos tratamentos realizados pelos homens, a pesquisa revelou que 16% deles trataram doenças do coração nos últimos cinco anos, 15% trataram a obesidade e 14% trataram doenças respiratórias. Apenas 3% dos entrevistados trataram algum tipo de câncer.

Para combater os estereótipos de virilidade que a sociedade alimenta e que muitas vezes dificultam a busca por cuidados médicos, a presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida, Marlene Oliveira, defende a importância de promover discussões sobre a saúde do homem desde cedo, assim como é feito com as meninas. Além disso, ela destaca a importância de campanhas promovidas pelo poder público para conscientizar os homens sobre a importância de cuidar da saúde e buscar atendimento médico regularmente.

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