Segundo relatos da comerciante, os saqueadores estavam armados com revólveres, facas e pedras, e seu filho acabou sendo apedrejado durante a ação. Ela expressou sua preocupação com a segurança e afirmou que deseja deixar o local assim que as aulas de sua filha terminarem. Oliveira ressaltou a falta de proteção por parte das autoridades e revelou sua intenção de mudar de cidade, seja para a Bahia, sua terra natal, ou para a Bolívia, país de origem de seu esposo.
Vale lembrar que essa não é a primeira vez que a loja de eletrônicos é alvo de saques por parte dos usuários da cracolândia. Em abril de 2019, o estabelecimento já havia sido saqueado, ocasionando um prejuízo de R$ 50 mil. Devido à situação vivenciada, Ângela Aparecida Alves de Oliveira afirmou que a rua Santa Ifigênia, conhecida pelo comércio de eletrônicos, está em declínio, com a perda de clientes e queda no faturamento dos estabelecimentos.
A comerciante relatou que acionou a Polícia Militar pelo telefone 190, mas a viatura demorou 1h30 para chegar ao local e, ao se aproximar da loja, foi apedrejada, fazendo com que os policiais se retirassem. A assessoria de imprensa da Polícia Militar informou que compareceu ao local, porém não constatou a ocorrência de furtos. Até o momento, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo não se pronunciou sobre o incidente.
Na região da Santa Ifigênia, as dificuldades enfrentadas pelos comerciantes têm sido consequência direta dos deslocamentos promovidos pelas ações de dispersão dos dependentes químicos da cracolândia. De acordo com a união dos lojistas, o faturamento do comércio local já caiu em média 40% desde o ano passado.
Diante desse cenário, a preocupação com a segurança dos empresários e a falta de iniciativas das autoridades para coibir a ação dos saqueadores e garantir a integridade do comércio tem gerado indignação entre os comerciantes da Santa Ifigênia. O ocorrido na loja de smartphones é apenas mais um episódio preocupante nessa área já tão afetada por problemas causados pela presença da cracolândia. A rota de solução desse problema ainda demanda esforços por parte dos órgãos competentes, para que haja um ambiente seguro e propício para a atividade comercial nessa região. Até o fechamento deste texto, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo não havia se pronunciado oficialmente sobre a ocorrência na loja.
